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Interior

Servidores do Incra recebiam comissão para legalizar venda de lotes

Aline dos Santos | 24/05/2012 15:55

“Os valores variavam de R$ 3 mil a R$ 6 mi”, afirma delegada da PF.

Transações eram legalizadas no Incra. (Foto: Marcelo Fernandes)
Transações eram legalizadas no Incra. (Foto: Marcelo Fernandes)

Alvos da operação Gaia, servidores do Incra (Instituto Nacional de Reforma Agrária de Colonização) e funcionário do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Corumbá cobravam comissão de até R$ 6 mil para legalizar vendas de lotes da reforma agrária. “Os valores variavam de R$ 3 mil a R$ 6 mi”, afirma a delegada da PF (Polícia Federal), Márcia Paulino.

As fraudes foram identificadas, principalmente, nos assentamentos Tamarineiro 2 e Paiolzinho, onde os lotes chegam a 50 hectares. Mais de 200 lotes foram comercializados. Em menor escala, a situação também foi verificada no assentamento Setenta e Dois.

Já no São Gabriel, foi detectado o arredamento de área para fazendeiros. As investigações apontaram várias irregularidades na cessão dos lotes. Os fazendeiros pagavam entre R$ 3 mil a R$ 20 mil por mês.

Conforme a delegada, parte dos assentamentos pertencia ao Incra e parte ao sindicato. Mas, o esquema para venda de lotes funcionava de maneira similar. O proprietário do lote fazia um documento informando a desistência e o comprador apresentava requerimento pedindo a posse. Para “legalizar” a transação os servidores ou funcionários recebiam a comissão.

Por decisão judicial, três servidores do Incra foram afastados de suas funções. Eles também vão sofrer procedimento administrativo. Um funcionário do sindicato ficou preso por dois dias e já está em liberdade.

A presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Corumbá, Divina Rosa da Cruz, a Rosinha do Sindicato, continua foragida. Ainda hoje a prisão temporária deve ser convertida em preventiva.

De acordo com a delegada, somente foram pedidas prisões de pessoas ligadas ao sindicato pelo risco de atrapalhar a operação. Ao todo, 17 pessoas já prestaram depoimento. Hoje, foi ouvido um assentado. A polícia ainda aguarda o depoimento de um comerciante, que está hospitalizado.

O indiciamento do grupo será por formação de quadrilha, falsificação de documentos e corrupção. As investigações duraram mais de um ano. A operação leva o nome de Gaia em alusão à divindade que representada a terra na mitologia grega.

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