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Economia

Paraguaio inverte movimento com dólar alto e compra até celular no Brasil

Mariana Rodrigues | 26/09/2015 10:32
Entre os itens mais procurados estão roupas, calçados, gasolina e produtos eletrônicos. (Foto: Adarktchul Collins/ Divulgação)
Entre os itens mais procurados estão roupas, calçados, gasolina e produtos eletrônicos. (Foto: Adarktchul Collins/ Divulgação)

Com o dólar alto cotado em mais de R$ 4, a rotina de muitos consumidores mudou, O Paraguai que antes era o reduto de compras agora perdeu a vez para Ponta Porã - distante 323 km de Campo Grande. Agora são os paraguaios que escolhem a cidade brasileira para comprar até celulares que dependendo da marca chegam custar até 28% a menos em Ponta Porã, se comparado com o Paraguai.

Entre os itens mais procurados estão roupas, calçados, gasolina e produtos eletrônicos, que estão mais em conta em Ponta Porã, conforme informou Pedro Bondiman, presidente da Câmara de Comércio e Indústria de Pedro Juan Caballero. "A gasolina no Paraguai esta em torno de R$ 3,40 a mais barata, enquanto em Ponta Porã está custando cerca de R$ 3,15", disse.

Ele conta que desde janeiro as vendas estão em queda, mas de julho até agora, as vendas no Paraguai caíram 20%. "O Black Friday foi um ponto positivo para as vendas e atendeu as expectativas, mas agora a esperança é que as vendas melhorem a partir de outubro, por conta do fim do ano", acredita ele que diz ainda que já esperava que o dólar chegasse na casa dos R$ 4.

Com relação aos eletrônicos, ele comenta que o preço no Paraguai está bem parecido com o do Brasil. "A diferença de preço é pouca", diz ele sobre notebooks e celulares que são os itens mais procurados pelos turistas. No shopping China, que fica em Pedro Juan Caballero, por exemplo, o celular da marca Blu custa R$ 75 dólares, em reais o valor é de R$ 311,25. Já na loja Alta Vista Importados, em Ponta Porã, o celular da mesma marca custa R$ 222, ou seja, cerca de 28% a menos que no Paraguai.

Para o presidente da Associação Comercial de Ponta Porã, Eduardo Gauna, até o momento os comerciantes não sentiram os efeitos da alta da moeda norte-americana. "As vendas ainda não foram afetadas e o problema não é só a alta do dólar, mas também a crise que assola o Brasil, eu acredito que o dólar alto não influencie nas vendas de fim de ano".

De acordo com Anderson Carpes, diretor da Câmara da Indústria e Comércio de Ponta Porã, mesmo com o dólar alto, os preços na fronteira compensam mais, e uma das vantagens é aproveitar os preços em Real. "O que nós percebemos no Paraguai é que eles estão reforçando as vendas de pacotes de viagens para o Brasil após essa alta do dólar, e isso faz com que o turismo fique competitivo", acrescenta.

De acordo com o economista Fernando Abrahão, o Brasil possui um fator além da alta do dólar que é a instabilidade política. "O consumidor só vai perceber o impacto do alto valor do dólar a partir dos próximos meses". Ele acrescenta ainda que com a cotação alta, a moeda norte americana vai aumentar a inflação que pode chegar a 11%.

Mas para ele não há só pontos ruins na alta do dólar, essa situação afeta uma fatia da economia que depende de produtos importantes. "Em contrapartida é bom para as exportações, carnes, commodities, esse segmento será beneficiado com a alta do dólar", finaliza.

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