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Política

“Gestão Bernal optou por maquiagem contábil”, diz relator do Orçamento

Dívida acumulada nos últimos quatro anos é de R$ 246 milhões, segundo Eduardo Romero

Richelieu de Carlo | 05/11/2016 08:27
Vereador Eduardo Romero (Rede) é relator da Lei Orçamentária Anual para 2017. (Foto: Divulgação/Assessoria)
Vereador Eduardo Romero (Rede) é relator da Lei Orçamentária Anual para 2017. (Foto: Divulgação/Assessoria)

O relator da LOA (Lei Orçamentária Anual) para 2017, vereador Eduardo Romero (Rede), afirma que a dívida acumulada durante a gestão do prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), e que será deixada para seu sucessor, é de R$ 246 milhões. Além disso, segundo ele, a gestão Bernal optou por fazer “maquiagem contábil” para esconder a real situação financeira da Capital.

“A partir da próxima semana, com a questão da transição, nós vamos ter revelações numéricas da cidade, alguns números que foram maquiados contabilmente nas prestações de contas obrigatórias vão ter que ser revelados”, prevê Romero.

Vice-presidente da Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara, Eduardo Romero diz que a equipe tem dito “há um bom tempo” que a saúde financeira de Campo Grande não é positiva e que existe algo errado com ela. “Ela está comprometida, deficitária, e precisa de cuidados especiais”.

“Há uma grande discussão com a equipe de orçamento e finanças da gestão atual, todas as prestações de contas a gente discute, pois temos a certeza de que os números apresentados não são os números reais. A gente sempre teve a percepção de que esses números não batem, que as contas não fecham. Que a coisa está muito mais do ponto de vista de uma maquiagem contábil do que uma realidade financeira do município”, explica o relator da LOA.

“O que acontece nas prestações de contas, é uma opção de gestão você trabalhar com números contábeis que nem sempre representam a realidade. É dinheiro virtual, tem previsão no papel, mas ele não tem de fato na conta. A gestão Bernal fez uma opção de fazer essa maquiagem contábil, por várias razões, como a Lei de Responsabilidade Fiscal”.

Segundo Romero, a Comissão de Orçamento tem grande dificuldade de ter acesso aos números “reais”, e que enquanto vereadores, eles não tem como “forçar” acesso a documentos que não estão disponíveis a eles, e que têm de trabalhar com as informações que são fornecidas pela Prefeitura, além do que é publicado no site, no diário oficial e em relatórios.

Situação complicada – O orçamento de 2017 apresentado pela Prefeitura, no final de setembro, já começa apontar uma situação mais próxima da realidade, que apresenta um crescimento “pífio” para uma cidade como Campo Grande.

“Este orçamento já começa a ser mais realista do que o anterior, que apresentou crescimento de 3,9%. Orçamento que traz investimentos a menor em 12 áreas, dentre elas transporte e trânsito que mais sofreu queda. Já começam a perceber que não está dando para maquiar tanto, porque a realidade ela está estourando”, diz Romero.

“O que a gente precisa é, a partir das informações reais, nuas e cruas, contribuir para que a gente possa fazer um planejamento para a próxima gestão”.

Futuro – O prefeito eleito, Marquinhos Trad (PSD), já está ciente da situação das finanças da Capital, pois foi alertado quando visitou a Câmara logo após o resultado do segundo turno das eleições.

“Tivemos a oportunidade de falar com o prefeito eleito, que não dá para inventar algo que não existe. Esse é momento que não dá para fantasiar o pavão. A realidade é essa, se a gente não for muito transparente com essa realidade, nós vamos gerar problemas para o cidadão campo-grandense, comprometer pagamentos e comprometer serviços básicos essenciais”.

“O que a gente precisa é, a partir das informações reais, nuas e cruas, contribuir para que a gente possa fazer um planejamento para a próxima gestão”, finaliza Romero.

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