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Política

Embate de Camila contra Zeca e Vander pode ser decidido pelo PT nacional

Veteranos cogitam apoio do PT a Rose (União), enquanto demais membros apostam na pré-candidatur de Camila

Por Jhefferson Gamarra | 19/02/2024 16:33
Membros do PT que abraçaram pré-candidatura de Camila Jara (Foto: Paulo Francis)
Membros do PT que abraçaram pré-candidatura de Camila Jara (Foto: Paulo Francis)

Em coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (19), o diretório municipal do PT em Campo Grande confirmou que a deputada federal Camila Jara segue como pré-candidata do partido à prefeitura nas eleições deste ano. No entanto, a disputa interna dentro do partido ganha novos contornos, com a possibilidade de a direção nacional do PT ser acionada para decidir o embate entre Camila e os deputados Zeca do PT e Vander Loubet, que apoiam o nome de Rose Modesto, pré-candidata do União Brasil.

"A Rose está como pré-candidata, e nós consideramos legítimos todos os projetos que não flertam com o autoritarismo. No segundo turno, a gente abre pra discussão e todo mundo que quiser apoiar a gente estamos dispostos ao debate. Todos os outros candidatos têm nosso respeito e nossa admiração, então que eles façam um bom debate e apontem os defeitos de Campo Grande e apresentem os melhores projetos”, disse Camila, afastando a possibilidade de abrir uma brecha para compor com Rose no primeiro turno.

Deputada federal Camila Jara (PT) durante coletiva de imprensa na tarde desta segunda-feira (Foto: Paulo Francis)
Deputada federal Camila Jara (PT) durante coletiva de imprensa na tarde desta segunda-feira (Foto: Paulo Francis)

Apesar de não ter a preferência de Zeca e Vander na disputa pela prefeitura de Campo Grande, a deputada federal acredita que ambos representantes do partido vão abraçar sua candidatura em breve.
“O companheiro Zeca é muito valoroso e eu espero que assim como eu fiz a campanha dele em 1996 com apenas 1 anos de idade, que ele ande nas ruas de Campo Grande comigo e com todo esse apoio, que a gente sabe que ele tem, para estar com a gente. Sabemos que todo debate deve ser feito de maneira incansável, mas a direção do partido já tomou esse posicionamento e sabemos que eles nunca fugiram a nenhuma batalha e não devem fugir dessa”, opinou.

Vladimir Ferreira, presidente estadual do PT, defendeu a unificação em torno de Camila Jara, justificando que o partido seguiu uma determinação da nacional do PT em 2023, determinando que antecipassem a escolha do candidato em casos onde há possibilidade de eleição em dois turnos, como ocorre em Campo Grande, onde o nome da deputada federal foi escolhido como representante do partido na majoritária.

Vladimir Ferreira, presidente estadual do PT, garante que martelo foi batido em torno do nome de Camila Jara (Foto: Paulo Francis)
Vladimir Ferreira, presidente estadual do PT, garante que martelo foi batido em torno do nome de Camila Jara (Foto: Paulo Francis)

“A resolução da direção nacional foi clara, abriu-se um espaço para discutir eventuais alianças, não houve nenhuma proposta. Abriu-se um prazo para também definir a candidatura de unidade. E a direção municipal cumpriu todos esses ritos. Não tem documento novo, não tem resolução nova, o que vale é a resolução de 2023. Nós respeitamos a ex-deputada Rose Modesto, respeitamos a posição do deputado Zeca, do deputado Vander, mas discordamos. Discordamos porque entendemos que a candidatura da Camila é a que pode de fato unificar o nosso campo”, afirmou o presidente estadual.

Sobre a composição com Rose Moderes, o presidente do PT em Mato Grosso do Sul, rechaçou qualquer possibilidade, indicando que a ex-deputada federal do União Brasil “naufragou” nas eleições de ao governo em 2022, até mesmo em Campo Grande, considerado seu reduto eleitoral.

"O que a gente compreende é que, se você olhar as eleições de 2022, por exemplo, a deputada Rose terminou aqui em quinto lugar, naquilo que é a base dela, que é Campo Grande. Então eu acho que isso é só uma tese, nós respeitamos que defenda essa tese, mas na nossa avaliação não tem fundamento”, disse.

Vale lembrar que apesar de ter declaradamente apoiado o ex-presidente Jair Bolsonaro nas eleições de 2022, Rose Modesto que disputou ao governo de Mato Grosso do Sul pelo União Brasil,  foi agraciada com o cargo de superintende da Sudeco (Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste) no atual governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após indicação e grande articulação do deputado federa Vander Loubet.

Diante das divergências internas, a decisão sobre a pré-candidatura pode recair sobre a direção nacional do PT, tornando a queda de braço entre Camila Jara e Rose Modesto um tema a ser definido em instâncias superiores do partido até a realização das convenções partidária, que deverão ocorrer entre 20 de julho e 5 de agosto.

Agamenon Rodrigues, presidente municipal do PT (Foto: Paulo Francis)
Agamenon Rodrigues, presidente municipal do PT (Foto: Paulo Francis)

Agamenon Rodrigues, presidente municipal do PT, reforçou que o debate sobre possibilidade de candidatura própria já foi esgotado, avaliando que qualquer discordância quanto ao nome de Camila Jara como pré-candidata terá que ser levada à instancia superior, que é a direção nacional do partido.

"Quem estiver descontente com essa situação terá que recorrer à direção nacional, só cabe a ela dizer se devemos lançar candidatura própria ou não. Vamos procurar as lideranças que hoje questionam esse processo e fazer um amplo diálogo, temos um respeito muito grande ao ex-governador Zeca, então ele não vai se furtar de estar conosco. Vamos sentar com o deputado Vander e Zeca e vocês podem confiar que o PT não vai estar rachado nessas eleições e com certeza os dois estarão conosco nas eleições 2024”, argumentou o líder do PT na Capital.

Mais cedo ao Campo Grande News, Rose Modesto (União Brasil) comentou que as discussões em relação as candidaturas nas eleições deste ano ainda estão no início e que mantém ótimo diálogo com a lideranças do PT. Ela reforçou que em um momento oportuno irá discutir as alianças com outros partidos.

"Primeiro, quero dizer que eu respeito a pré-candidatura que o PT já tem hoje. Agora, assim que o União Brasil bater martelo no meu nome, vou buscar dialogar com todas as lideranças dos partidos e tenho ótimo diálogo com as lideranças políticas do PT também. Hoje, todo mundo é pré, tem que ver quem realmente será candidato a prefeito pra depois ver as composições", explicou.

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