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Pátria educadora: receitas simples e que funcionam

Por Ronaldo Mota (*) | 12/02/2015 13:38

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) acaba de divulgar estudo analisando mais de 450 iniciativas implementadas por 34 países com o objetivo de aperfeiçoar seus sistemas educacionais. O grupo reúne em sua maioria países considerados ricos, e não inclui o Brasil.

Certamente, as soluções educacionais dizem respeito a cada realidade específica e não podem ser simplesmente copiadas ou transportadas, sem inteligência, para outros países. Mesmo assim, vale a pena prestar atenção em algumas delas, tomando por base a compilação feita pela BBC Brasil.

1) Mercado de trabalho ou continuidade dos estudos: a medida mais comum observada diz respeito à preparação dos estudantes para o mercado de trabalho, principalmente via ensino profissional e técnico, fazendo intenso uso de tecnologias digitais, resultando em forte impacto na produtividade dos trabalhadores.

2) Melhorias no ambiente das escolas: ênfase na redução do número de alunos por turma, reformas curriculares e, principalmente, capacitação de professores. Estes foram os objetivos de um quarto das reformas analisadas. Alguns criaram institutos dedicados exclusivamente à formação contínua e permanente de professores, aliando preparação prática e teórica. Outros desenvolvem programas que visam a atrair os melhores estudantes para as faculdades de educação.

3) Garantir qualidade e equidade na educação: em torno de 16% das iniciativas adotam como ponto central a implementação de políticas para garantir que todos os cidadãos tenham acesso a um nível mínimo de educação, independentemente de circunstâncias pessoais ou sociais. Evitar que a seleção para escolas de ensino fundamental tenha como critério renda ou performance, limitar a possibilidade de as escolas expulsarem alunos com resultados ruins ou financiar adicionalmente escolas que consigam manter nas classes crianças em risco social têm mostrado bons resultados.

4) Sistemas de avaliação: aproximadamente 14% das medidas centraram em aprimorar as medidas de rendimentos, tanto dos alunos quanto das escolas. Padronizar as avaliações, estimular a adesão voluntária e consciente das escolas e tornar públicos os resultados são boas medidas.

5) Reformas de financiamento: melhorar as formas de financiar os sistemas de educação é um dos grandes desafios e foi o ponto centro para 12% das medidas adotadas. Em geral, os agentes recebem fundos com base em seus planos para o futuro e qualidade dos professores, alunos e escolas. Construir um forte sistema de aferição posterior aos resultados obtidos, frente às propostas apresentadas, é a solução mais adotada.

Não seremos jamais competitivos, tampouco poderemos almejar um desenvolvimento econômico, social e ambiental sustentável, sem uma política educacional consistente que conheça sua própria realidade, valorize suas próprias iniciativas e que não se iniba em conhecer as boas experiências dos demais países. Precisamos que as receitas funcionem, sejam elas quais forem e venham de onde vier, mas precisamos urgentemente de bons resultados.

(*) Ronaldo Mota é reitor da Universidade Estácio de Sá e diretor de Pesquisa do Grupo Estácio

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