Após amputação da perna do filho de 7 anos, Naira pede ajuda e doação
Marcos Wellyton foi transferido de Corumbá para Campo Grande, sem data de alta; mãe está desempregada para acompanhar filho
Desde o dia 17 de janeiro, Marcos Wellyton da Silva, 7 anos, acorda de madrugada, agitado e aos gritos de “para, para, para!”. Amparado pela mãe, Naira Helena da Silva Miranda, 27 anos, em estado de semiconsciência, explica o motivo do terror. “O ônibus, mãe, o ônibus!”. Três dias antes, o pesadelo era a realidade de atropelamento, responsável pela amputação de parte da perna direta.
Marcos Wellington mora com a mãe e dois irmãos no bairro Guatós, em Corumbá, município distante 419 quilômetros de Campo Grande. No dia 14 de janeiro, ele e os irmãos de 9 e 5 anos brincavam na casa da vizinha, por volta das 19h. Naira diz que na lateral do imóvel, em frente da avenida, há um trecho sem cerca e foi por ali que Marcos correu para buscar a bolinha que brincava com outras crianças.
Ele foi atropelado por ônibus do transporte coletivo da Viação Cidade Corumbá, que o atingiu nas duas pernas. O garoto foi levado para (UPA) Unidade de Pronto Atendimento e, depois, transferido para hospital de Corumbá. Naira conta que o médico esperou três dias até decidir pela amputação da perna.
Depois que assinou a autorização, conversou com o filho e mostrou fotos de crianças com próteses e que brincavam. Desde a amputação, os pesadelos começaram. “Preocupação é com psicológico dele”, disse Naira, contando que ele questiona se a “perninha vai demorar para crescer”. O garoto apresenta a síndrome do membro fantasma, recorrente em pacientes submetidos à amputação, mas ainda sentem os membros. Volta e meia, Marcos tenta coçar a perna inexistente.
Depois da cirurgia, por conta de tratamento de infecção de bactéria e dos curativos, foi transferido para Santa Casa de Campo Grande no dia 29 de janeiro, sem previsão de alta.
Ajuda – Naira diz que está passando dificuldades, pois teve que sair do emprego de auxiliar de limpeza para ficar com os filhos. Da Viação Cidade Corumbá, diz que recebeu ajuda inicial, de transporte de casa para hospital, além de dois pacotes de fralda, duas toalhas, duas bandejas de iogurte e algumas frutas.
Quando pediu colchão de ar para o filho, Naira diz que a empresa informou que não poderia ajudar, mas auxiliar no requerimento do seguro Dpvat (Danos Pessoas por Veículos Automotores Terrestres). Alimentos e cadeira de rodas foram doados por outras pessoas.
Em Campo Grande, diz que chegou a pedir ajuda novamente pela empresa, teria sido ignorada e recebeu fraldas e colchão de ar da Viação depois de intermediação feita em Corumbá.
Enquanto está na Capital, fica no hospital com o filho e na casa da avó, no Jardim Canguru. Os outros dois filhos estão com a mãe, em Corumbá, com quem divide a casa. Sem emprego, diz que está sem dinheiro para transporte ou alimentação e das futuras despesas médicas com o menino.
A reportagem entrou em contato com a Viação Cidade Corumbá e aguarda retorno. Ao site Diário Corumbaense, o gerente da empresa, Youssef Younes, lamentou o acidente e disse que toda ajuda, “dentro de uma base razoável” será oferecida. Além disso, disse que há testemunhas que relatam que o ônibus trafegava em baixa velocidade, mas no motorista não teve tempo hábil para parar.
Quem quiser ajudar Naira pode entrar em contato pelo número (67) 99250-4883 ou fazer depósito em conta:
Titular: Naira Helena da Silva Miranda
Banco: Caixa Econômica Federal
Agência: 1568
Conta: 17885-4
Operação: 023