Em MS, subnotificação de covid-19 deve chegar a 72,21%
Levantamento comandado pela PUC-Rio indica que somente 7,98% dos infectados são conhecidos no País
Estudo comandado pela PUC-Rio calculou que Mato Grosso do Sul identifica apenas 27,79% dos casos de infecção pelo novo coronavírus (covid-19), o que representa subnotificação de 72,21% dos dados reais da disseminação da doença no Estado. No Brasil, as notificações reais são de apenas 7,98%.
Entre os estados pesquisados, porém, Mato Grosso do Sul apresenta os melhores índices de notificação media.
O levantamento foi feito pelo NOIS (Núcleo de Operações e Inteligência em Saúde), formado pelo departamento de Engenharia Industrial, Instituto Tecgraf (PUC-Rio), Laboratório de Medicina Intensiva (Fiocruz) e Instituto D´or de Pesquisa e Ensino.
A pesquisa foi realizada para averiguar o nível de subnotificação dos casos de covid-19 e alertar para importância da testagem e do fornecimento de dados consistentes. Para o cruzamento de dados, foram usados a taxa de letalidade esperada para cada 100 habitantes, pirâmide etária e cálculo da taxa de letalidade ajustada.
A contagem foi feita quando o Brasil registrava 19.638 casos confirmados e 1.056 óbitos. Hoje, o boletim é de 28.328 confirmações e 1.736 mortes.
O elevado grau de subnotificação pode sugerir uma falsa ideia de controle da doença e, consequentemente, poderia levar ao declínio na implementação de ações de contenção, como o isolamento horizontal. Os pesquisadores apontam para a importância da testagem ampla.
“A confirmação dos casos da covid-19 é o principal dado para entendimento da evolução da doença em uma região. Com isso, é possível planejar o atendimento da população e avaliar o impacto de ações de combate à doença, como as medidas de isolamento”.
