ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MAIO, SÁBADO  04    CAMPO GRANDE 31º

Cidades

Primeiros casos da variante indiana do coronavírus são confirmados no Maranhão

Victoria Netto | 20/05/2021 13:33


Profissional em UTI de atendimento covid. (Foto: Estadão Conteúdo)
Profissional em UTI de atendimento covid. (Foto: Estadão Conteúdo)

O governo do Maranhão confirmou nesta quinta-feira, 20, os primeiros casos de covid-19 provocado pela variante do coronavírus B.1617, originada na Índia. O diagnóstico inicial foi em um indiano de 54 anos que deu entrada em um hospital da rede privada em São Luís na sexta-feira passada, 14. Ele era um tripulante do navio MV Shandong da ZHI, embarcação que veio da África do Sul.

A notícia foi dada pela Secretaria de Comunicação (Secom) após coletiva de imprensa realizada nesta manhã com o secretário de Saúde do Maranhão, Carlos Lula. Mais informações sobre medidas preventivas e de contenção ainda serão divulgadas pela pasta.

Em seguida, a Secretaria de Saúde do Maranhão confirmou que outros tripulantes do navio MV Shandong da Zhi, diagnosticados com covid-19, também tem a variante indiana do coronavírus.

Em postagem em suas redes sociais, o secretário de Saúde do Estado, Carlos Lula, afirmou que as seis amostras analisadas pelo Instituto Evandro Chagas confirmaram a nova cepa. No entanto, apenas um dos homens, em estado grave, está em São Luís, internado em um hospital privado. Outros dois receberam alta e voltaram ao navio e 14 foram diagnosticados com covid-19 e permaneceram no navio por estarem com sintomas leves ou estarem assintomáticos.

"Vale lembrar que a equipe que atendeu a tripulação se deslocou por via aérea, foi testada antes e depois da ação e permanece em isolamento. Os demais profissionais em contato com o paciente estão sendo monitorados e testados. Informo, ainda, que já iniciamos a vacinação dos profissionais da área portuária", escreveu Lula em suas redes sociais.

O navio, que navega com bandeira de Hong Kong, mas tem vários tripulantes indianos --inclusive o homem internado em São Luiz -, saiu da África do Sul no dia 21 de abril e chegou ao Maranhão no dia 8 de maio. O navio está ancorado na área de fundeio do porto de São Luiz, foi colocado em quarentena e não recebeu autorização para atracar.

A suspeita de que o paciente poderia ter a nova cepa surgiu após o homem apresentar sintomas de coronavírus e dar entrada na rede hospitalar. No primeiro comunicado, divulgado pela Secretaria Estadual da Saúde (SES) no domingo, a pasta informou que foi alertada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)

Segundo as informações divulgadas, um teste já havia confirmado o diagnóstico, mas ainda não havia sido identificada qual cepa do coronavírus causou a doença. Uma amostra do vírus foi enviada ao Instituto Evandro Chagas, em Belém, no Pará, para realizar o sequenciamento genômico.

‘Preocupação Global’

Médicos e cientistas têm demonstrado preocupação com a variante indiana B.1617, que teria capacidade de transmissão maior do que a cepa original do vírus. Ela foi classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma "preocupação global".

Nesta última semana, o governo Jair Bolsonaro decidiu proibir voos internacionais com origem ou passagem pela Índia, país que enfrenta uma crise decorrente de uma alta recorde de casos e mortes por covid-19. A proibição se soma a restrições da mesma natureza relativa a voos do Reino Unido e África do Sul.

Três semanas após o início do agravamento da situação da pandemia no país asiático, governo brasileiro proíbe voos com origem ou passagem pela Índia

Em 14 de maio, o governo federal decidiu proibir voos internacionais com origem ou passagem pela Índia. O país asiático enfrenta uma crise decorrente de uma alta recorde de casos e mortes por covid-19. A situação é considerada crítica na região há ao menos três semanas e outros países já tinham adotado medida restritiva semelhante. Os Estados Unidos, por exemplo, proibiram voos da Índia no dia 4 de maio. Voos de carga não estão incluídos na restrição.

Cientistas pedem medidas para evitar cepa indiana do coronavírus no Brasil

Especialistas alertam que o governo federal deve adotar barreiras sanitárias e ações de testagem para pessoas oriundas de outros países. A variante indiana foi classificada pela OMS como “variante de interesse”. É diferente daquelas identificadas inicialmente no Reino Unido, Brasil e na África do Sul, consideradas “variantes de preocupação”.

“Nós ainda sabemos muito pouco sobre essa variante”, disse a imunologista Ester Sabino, da USP, uma das responsáveis pelo sequenciamento do vírus no Brasil. “Mas vivemos em um mundo globalizado; qualquer nova variante, em qualquer lugar do mundo, pode chegar aqui como chegou a pandemia que começou em Wuhan.

Mas quanto mais variantes circulam, maior é a tendência de surgimento de novas mutações, alertam os cientistas. Esse movimento é possível sobretudo em um País em que a vacinação contra a covid-19 avança tão lentamente, como o Brasil./ Com informações da agência Reuters.

Campo Grande News - Conteúdo de Verdade


Nos siga no Google Notícias