Secretário classifica como "discussão de trânsito" episódio com ex-titular da PC
Titular da Sejusp, Antônio Videira, diz que caso não teria "repercussão tão grande" se não envolvesse delegado

O titular da Sejusp (secretaria estadual de Justiça e Segurança Pública), Antônio Carlos Videira, classificou como “mais uma discussão no trânsito”, o episódio envolvendo o ex-diretor-geral da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, Adriano Garcia Geraldo.
Videira falou sobre o caso durante a posse de Roberto Gurgel, que assumiu a diretoria-geral da PC depois que Garcia pediu demissão do cargo, justamente por conta da repercussão da briga de trânsito ocorrida no dia 16, na Avenida Mato Grosso.
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“Nós não estamos isentos à lei porque somos policiais, ao contrário, somos muito mais cobrados. Talvez, a discussão de trânsito não tivesse gerado tudo aquilo, seria mais uma discussão no trânsito, como acontece diariamente, não é verdade?”, indagou Videira, ao ser questionado sobre o andamento da investigação.
“Porém, envolvendo autoridade policial, envolvendo delegado-geral, teve repercussão muito grande”, disse o titular da Sejusp.
Videira explicou que a investigação sobre os fatos que desencadearam a briga no trânsito corre em duas esferas: no inquérito criminal, a ser tocado pela delegacia da área, a 3ªDP e o processo administrativo, este, na esfera pública.
O titular da Sejusp não quis se adiantar sobre os procedimentos até agora realizados. “Não há como fazer juízo de valor sem ter a conclusão dos laudos; se a conduta eventualmente caracterizar abuso de autoridade ou infração administrativa, vai ter reprimenda”, explicou.
O caso está sendo acompanhado pela OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil), Acadepol (Academia da Polícia Civil de MS) e está sendo investigado pela MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul).
Saída - O pedido de demissão de Garcia foi consequência direta da briga de trânsito ocorrida na noite de quarta-feira (16), na Avenida Mato Grosso, em Campo Grande. Na versão apresentada pelo delegado, ele teria sido fechado pela condutora do Renault Kwid, que passou a fazer manobras perigosas pela via.
O delegado diz que tentou abordá-la, mas a motorista tentou atropelá-lo e, por isso, Garcia atirou nos pneus do carro. A PM (Polícia Militar) foi acionada em seguida. A jovem, artesã de 24 anos, diz que afogou o carro na via quando abriu o sinal e ouviu buzina do carro que estava logo atrás, conduzido pelo delegado-geral. Irritada, mostrou o dedo médio e diz que passou a ser perseguida por ele.