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Capital

Cinco meses após crime, assassino de motorista vai para regime aberto

Na manhã desta quarta-feira, a família da vítima organizou protesto com ajuda de outros motoristas de aplicativo

Viviane Oliveira | 23/10/2019 10:21
Igor quando foi apresentado à imprensa no dia que se entregou à polícia (Foto: arquivo/Clayton Neves)
Igor quando foi apresentado à imprensa no dia que se entregou à polícia (Foto: arquivo/Clayton Neves)

Cinco meses após matar um motorista de aplicativo de 24 anos, Igor César de Lima Oliveira, 22 anos, progrediu de pena e foi para o regime aberto no dia 18 de outubro. Ele já cumpria pena no semiaberto por roubo a mão armada, quando atirou em Rafael Baron.

O crime aconteceu na noite do dia 13 de maio, no residencial Reinaldo Buzanelli, no Jardim Campo Nobre, em Campo Grande, e revoltou, principalmente, pelo motivo alegado pelo assassino confesso. Igor disse que ficou com ciúmes. Na versão dele, ficou irritado porque o motorista teria dito para a mulher, que estava no banco de trás: “Esse friozinho é bom para fazer amorzinho”. 

Conforme a assessoria de imprensa da Agepen, a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário só cumpre determinação da Justiça e que o preso progrediu de regime, porque não havia nenhuma determinação que impedisse o benefício, ou seja, não houve pedido para mantê-lo preso em relação ao assassinato de Rafael Baron.

No dia 25 de setembro, inclusive, o Ministério Público concordou com a progressão de regime de Igor. Para o benefício, o preso deve cumprir requisitos de tempo e bom comportamento. Igor cumpre pena no estabelecimento Penal de Regime Aberto e Casa do Albergado.

Igor César já havia sido condenado à pena de cinco anos e quatro meses de reclusão em regime fechado por roubo à mão armada em 2015. No regime aberto, o condenado pode sair durante o dia para trabalhar, frequentar cursos ou exercer outra atividade autorizada, devendo permanecer recolhido no período noturno e nos fins de semana.

Motoristas fazem protesto na manhã desta quarta-feira, depois da liberação de assassino. (Foto: Henrique Kawaminami)
Motoristas fazem protesto na manhã desta quarta-feira, depois da liberação de assassino. (Foto: Henrique Kawaminami)

Protesto - Na manhã desta quarta-feira, a família de Rafael organizou protesto com ajuda de outros motoristas de aplicativo. Cerca de 30 pessoas já estão nos Altos da Avenida Afonso Pena, na concentração para carreata que deve seguir até o Camelódromo.

Sérgio Arnaldo Sanches, de 47 anos, trabalha como motorista de aplicativo há 2 anos e diz que o sentimento hoje é de revolta. "O cara estava foragido, é homicida confesso e mesmo assim foi solto. Nossa Justiça acaba de decretar que é incompetente. Deveria continuar preso até o julgamento."

O motorista Gilson Espíndola ficou sabendo da manifestação pelo Whatsapp e resolveu parar na manhã de hoje para engrossar o protesto. "Ele comentou crime por motivo banal e já é beneficiado 5 meses depois? É revoltante", diz sobre a progressão de pena.

Marcos Nunes entrou na profissão há 1 ano e 3 meses e também se diz revoltado. "É lamentável. Matou, deu uma desculpinha que não dá para engolir e agora está aí, nas ruas."

Caso - Rafael foi morto com dois tiros, no dia 13 de maio, após buscar Igor e a mulher dele na Upa (Unidade de Pronto Atendimento) do Jardim Leblon e deixar os dois em condomínio no Jardim Campo Nobre.

Igor César já havia sido condenado, mas estava foragido do sistema prisional quando cometeu o crime. Ele se apresentou à polícia três dias depois de matar Rafael, confessou o crime, e foi autuado por homicídio qualificado por motivo fútil e recurso que dificultou a defesa da vítima.

Rafael Baron foi assassinado aos 24 anos. (Foto: reprodução Facebook)
Rafael Baron foi assassinado aos 24 anos. (Foto: reprodução Facebook)
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