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Capital

Compradas para serem consultórios, carretas estão abandonadas há 2 anos

Baús e cabine se deterioram no sol e na chuva desde 2014

Anahi Zurutuza | 31/03/2017 17:30
Baús ocupam lugares no estacionamento do HU (Foto: André Bittar)
Baús ocupam lugares no estacionamento do HU (Foto: André Bittar)

Abandonados há dois anos no estacionamento do Hospital Universitário de Campo Grande, os quatro baús que deveriam funcionar como consultórios odontológicos e oftalmológicos para atender crianças e adolescentes em frente às escolas da rede pública, só deterioram no sol e na chuva. Além das “carrocerias” adaptadas, uma cabine com os eixos principais também foram deixados no local.

Por conta da exposição, pelo lado de fora do estacionamento, é possível ver que a apesar da pintura dos baús estar intacta, a parte de cima de ao menos um deles está enferrujando.

As estruturas foram compradas com recursos do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) por meio do Saúde vai Escola. O governo federal investiu cerca de R$ 140 milhões na compra de 71 baús – cerca de R$ 2 milhões em cada um deles, que foram adaptados para virarem consultórios -, conforme a Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares).

Além da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) que fez a adesão ao programa por meio do curso de Odontologia e em parceria com ao HU, outras 25 instituições federais de ensino superior, ligadas a 29 hospitais universitários, receberam os container e veículos.

A diferença é que as outras universidades tocaram o projeto. Como é o caso da UFTM (Universidade Federal do Triângulo Mineiro), que mantém o Hospital de Clínicas e em 2016, realizou mais de 4,5 mil atendimentos de estudantes de Uberaba e outros 16 municípios da região.

Nos consultórios de oftalmologia, foram realizados 3.022 atendimentos, tendo sido efetuados 2.474 exames de pressão interna do globo ocular e prescritos 1.427 óculos. Na odontologia, foram 1.518 atendimentos, gerando 4.287 procedimentos como restaurações, aplicações de selante e raspagens supra e subgengivais, conforme divulgou a Ebserh recentemente.

A reportagem tentou, mas não teve acesso às carretas, que ficam no estacionamento dos funcionários do HU, que é de acesso restrito. Atualmente, as carrocerias onde ficam os consultórios estão separadas dos cavalos dos caminhões que as transportam. Apenas um cavalo é visível no local.

Parceria – A assessoria de imprensa do HU da Capital admite que o projeto foi abandonado no fim de 2014, logo depois que os consultórios móveis chegaram, porque o professor da UFMS que estava responsável precisou de licença. O hospital já havia montado equipe para realizar os atendimentos, mas o projeto também ainda precisa ser viabilizado por meio de parcerias com o poder público.

Para que os consultórios itinerantes comecem a rodar, a prefeitura e o governo do Estado precisam pagar pelo combustível e o material básico para realizar os atendimentos. O hospital não tem recursos para o custeio.

Ainda segundo a assessoria de imprensa do HU, na tarde desta sexta-feira (31), uma reunião entre técnicos da UFMS e do HU foi realizada na reitoria com objetivo de reformular o projeto e buscar as parcerias para tirá-lo do papel, iniciativa que só aconteceu após dois anos e depois de publicada a notícia sobre o abandonodo do projeto no Campo Grande News.

Perto da grade de acesso, um dos container está no espaço para motos (Foto: André Bittar)
Perto da grade de acesso, um dos container está no espaço para motos (Foto: André Bittar)
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