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Capital

Defesa de PRF que matou comerciante quer confrontar mensagem de peritos

Perita disse que colega teria interesse em alterar o resultado do laudo pericial

Aline dos Santos | 17/07/2017 10:58
Caminhonete bateu em poste após comerciante ser baleado. (Foto: Alcides Neto)
Caminhonete bateu em poste após comerciante ser baleado. (Foto: Alcides Neto)

A suspeita de provas plantadas na caminhonete do comerciante Adriano Correia do Nascimento, morto após briga de trânsito pelo policial rodoviário federal Ricardo Moon tem mais um pedido de quebra de sigilo de conversa no aplicativo WhatsApp.

Depois de a Justiça, a pedido do MPE (Ministério Público Estadual), autorizar a quebra do sigilo telefônicos da perita Karina Rébulla Laitart, a defesa do policial pede medida semelhante para o perito Domingos Sávio Ribas.

“Não sei se a Karina apagou a dela. Quero confrontar o dela com o dele, ninguém tem mais interesse do que a defesa”, diz o advogado Renê Siufi, que defende o policial.

Durante audiência sobre o surgimento de dois flambadores de sushi (com formato que lembra revólver) no veículo do morto, mesmo após duas perícias, Karina disse que Sávio teria interesse em alterar o resultado do laudo pericial e que teria dito ter amizade com Siufi.

Ao ter uma de suas conclusões sobre a trajetória de disparos questionada por Sávio, a perita voltou a inspecionar o veículo. Ao abrirem a porta, ela, Sávio e um agente de polícia cientifica encontraram os maçaricos no assoalho dianteiro em frente ao banco do passageiro.

Na mesma audiência, realizada em 11 de abril, Sávio lamentou ser visto como suspeito. Na ocasião, Siufi negou amizade com Sávio e classificou a afirmação como “leviana”. O  advogado interpelou a perita na Justiça.

Na resposta, ela afirma não ter dito em juízo que a informação da amizade entre Sávio e o advogado conste no WhatsApp. De acordo com a perita, que anexou transcrição de conversa, o que consta é Sávio dizendo que seria arrolado pela defesa como testemunha.

Perícias - O veículo foi apreendido desde o dia do crime, 31 de dezembro de 2016, e estava no pátio da Coordenadoria Geral de Perícias, na avenida Senador Filinto Muller, Vila Ipiranga. Após ser alvo de duas perícias, em 31 de dezembro e 2 de janeiro, foram encontrados os novos objetos: dois maçaricos e duas garrafas de bebida alcoólica.

No procedimento administrativo, aberto pela coordenadoria, concluiu-se que as garrafas já estavam no veículo. Mas após a segunda perícia, foram acondicionadas em um saco de lixo junto com outros objetos. O invólucro foi colocado na carroceria.

No entanto, no dia 9 de janeiro, as garrafas voltaram a aparecer dentro da caminhonete. O veículo estava coberto com lona desde 4 de janeiro, quando foram encontrados os dois maçaricos no assoalho em frente ao banco do passageiro.

A suspeita de provas “plantadas” na caminhonete do comerciante é investigada pela Corregedoria da Polícia Civil.

Homicídio - O policial Ricardo Moon foi denunciado por homicídio doloso contra Adriano e tentativa de homicídio contra Agnaldo Espinosa da Silva e o enteado de 17 anos, passageiros da caminhonete. o crime foi em 31 de dezembro de 2016, na avenida Ernesto Geisel. 

O processo está pronto para decisão do magistrado, que vai decidir se pronuncia ou não o réu para ir a júri popular. A defesa recorreu ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) e pretende que o processo seja transferido para a Justiça Federal.

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