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Capital

Despejado, pai de 3 filhos passa noite na calçada e pede ajuda a família

Evelyn Souza | 06/08/2013 17:40
João mostra exames médicos do filho. (Foto: Cjeber Gellio)
João mostra exames médicos do filho. (Foto: Cjeber Gellio)
Ele passou a noite nos fundos dessa casa, no Aquarius II. (Foto: Cleber Gellio)
Ele passou a noite nos fundos dessa casa, no Aquarius II. (Foto: Cleber Gellio)

A vida de João Antônio dos Santos Cardoso ganhou mais um obstáculo essa semana. Dessa vez, o jovem de 24 anos foi despejado da casa em que vivia com os três filhos e a esposa, no bairro São Conrado, na Capital.

O motivo, segundo ele, é porque o locatário se irritou com o filho mais velho, de 4 anos, que sofre de epilepsia, com quadro de agitação motora e agressividade, segundo o laudo médico.

“Ele teve uma das crises e estragou as plantas do quintal. Em seguida, levamos nosso filho no médico e quando voltamos para casa, ele disse que não queria mais saber da gente lá. Só posso voltar se for para tirar todas as minhas coisas”, conta.

Segundo o pai, os filhos, de 1 anos e seis meses, dois anos e quatro anos estavam em um abrigo e foram devolvidos para a família há sete meses. As crianças foram levadas após denúncias de que os pais não estavam seguindo o tratamento médico indicado, já que a caçula também apresentava suspeita de epilepsia.

“Agora vou todos os meses no fórum e levo uma declaração de que todos estão tendo acompanhamento, inclusive o de quatro anos, que tem que passar por tratamento psiquiátrico”. Explica.

O despejo foi no domingo (4). No primeiro dia, João conta que a esposa dormiu com as crianças na casa de uma irmã da igreja, no bairro Aquarius II e no segundo, foi para a casa da mãe dela com os filhos. Já ele, dormiu na calçada do bar e nessa segunda-feira, passou a noite nos fundos da igreja.

“Não posso deixar minha esposa na minha sogra com as crianças, se não ela não vai mais deixar eles saírem de lá”, diz.

Sem banho e sem roupas limpas, o jovem está passando o dia do lado de fora da casa de uma moradora do bairro Aquarius, que o conhece da igreja. “Vou deixar ele ficar por aí, até ele se virar”, diz a moradora, Rosa Helena da Silva, 62 anos.

Em relação ao aluguel da casa, João explica que pagou o último mês certinho e que o contrato assinado é de seis meses. Na hora da confusão, ele conta que o proprietário devolveu os R$ 200, mas ele não se lembra onde foi parar, porque estava atendendo o SAMU, que foi até o local socorrer a criança. O menino já recebeu alta do Hospital Rosa Pedrossian, onde estava internado.

Sem poder trabalhar, conta que a esposa de 30 anos, também sofre de epilepsia, não pode trabalhar e nem ficar sozinha com as crianças.

A família sobrevive com R$ 400 de programas como Bolsa Família e Vale Renda. Valor que esse mês foi cancelado porque a mãe das crianças, Valquiria Ortiz de Souza, não efetuou o recadastramento.

“Perdemos o benefício, eu falo, ela não pode ter essas responsabilidades, não pode responder por si”, diz ele desesperado.

João pede doações, além de um lugar para ficar com a família. Ele também espera poder receber uma casa, através dos programas de habitação da prefeitura.

“Tanta gente consegue casa. Eu não posso ficar na rua, vou perder as minhas crianças de novo. Quero cuidar deles”, termina.

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