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Capital

“Dia normal” toma lugar de desfile na 14, palco do “parabéns” por 50 anos

Este é o segundo 26 de Agosto, em meio século, que a rua mais movimentada da região central não terá fanfarras

Anahi Zurutuza e Caroline Maldonado | 26/08/2021 08:05
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade
No cruzamento da 14 de Julho com a Afonso Pena, onde palanque era montado, o movimento nesta manhã "normal". (Foto: Marcos Maluf)
No cruzamento da 14 de Julho com a Afonso Pena, onde palanque era montado, o movimento nesta manhã "normal". (Foto: Marcos Maluf)

O Campo Grande News já havia feito a busca e não há nos arquivos históricos da Capital registro de quando foi a primeira vez que campo-grandenses, de nascimento ou coração, saíram pela Rua 14 de Julho para homenagear a cidade. Mas, este é o segundo 26 de Agosto, em meio século, que a rua mais movimentada da região central, não terá o vai e vem dos clientes do comércio interrompido pelo colorido tradicional desfile cívico.

Em 2020, não fazia sentido promover aglomeração de pessoas quando um inimigo invisível obrigava lojas fecharem as portas e o “fique em casa” era regra. Agora, mesmo com o contágio do novo coronavírus desacelerado, a pandemia ainda não foi embora e a Prefeitura de Campo Grande decidiu pela cautela, novamente.

O 26 de Agosto de mais de um ano, depois que a Cidade Morena conheceu a covid-19, doença que levou 3.934 vidas na Capital – conforme o último boletim epidemiológico divulgado pela SES (Secretaria Estadual de Saúde) –, não tem a 14 de Julho tomada pelo silêncio, e que assim seja. Mas, também é inédito. Ainda por consequência da pandemia, que obrigou o município a adiantar o feriado para uma das fases mais críticas em transmissão do vírus mortal, desta vez, o “dia normal” tomou o lugar da festa.

Céu cinza no dia dos 122 anos de Campo Grande, mas relógio na 14 de Julho avisa: "é hora de trabalhar". (Foto: Marcos Maluf)
Céu cinza no dia dos 122 anos de Campo Grande, mas relógio na 14 de Julho avisa: "é hora de trabalhar". (Foto: Marcos Maluf)

Para muita gente, e para o comércio, esta quinta-feira será de trabalho. “É bom ver as pessoas trabalhando, porque as atividades precisam voltar ao normal. Agora, só falta o desfile”, brincou o militar reformado Rubens de Carvalho Rodrigues, 68, que foi ao Centro com a esposa Naura Rodrigues, 55, agora cedo. Cariocas, os dois se mudaram para Campo Grande no centenário da cidade.

Nossos filhos eram do Colégio Militar, vínhamos sempre ao desfile, até eles crescerem. É um dia festivo, de alegria, muito bonito”, recorda Rubens.

Rubens e Naura frequentaram dezenas de comemorações do aniversário de Campo Grande para verem os filhos desfilar. (Foto: Marcos Maluf)
Rubens e Naura frequentaram dezenas de comemorações do aniversário de Campo Grande para verem os filhos desfilar. (Foto: Marcos Maluf)

Integrante da plateia por tantas vezes que já perdeu as contas, o aposentado João Cordeiro, 70 anos, também sentiu falta da comemoração. “É muito importante para os moradores. Me lembro muito dos desfiles dos quarteis e das escolas”.

A aposentada Máxima Sanabria, 73, lembra até de quando a festa era à noite. “Tinha muita gente. Faz falta, porque era um passeio para as famílias”.

Registros – A Arca (Arquivo Histórico de Campo Grande) não tem registro do primeiro desfile de 26 de agosto, mas fotos dos acervos de moradores da Capital são prova de que as apresentações de escolas e associações, guiadas pela Banda Municipal, acontecem há pelo menos 50 anos.

Compositor, percussionista e fundador do Grupo Acaba, Moacir Lacerda, é dono de algumas dessas imagens e as tornou públicas anos atrás, nas redes sociais. O fotógrafo Roberto Higa também.

Um dos desfiles de 26 de Agosto em cena: fanfarra do Colégio Oswaldo Cruz. (Foto: Reprodução)
Um dos desfiles de 26 de Agosto em cena: fanfarra do Colégio Oswaldo Cruz. (Foto: Reprodução)


Comemoração dos 83 anos de Campo Grande, em 1982. (Foto: Roberto Higa) 
Comemoração dos 83 anos de Campo Grande, em 1982. (Foto: Roberto Higa)


Foto tirada entre 1967 e 1970, já que o cartaz homenageia o então prefeito Plínio Barbosa Martins. (Foto: Acervo Moacir Lacerda)
Foto tirada entre 1967 e 1970, já que o cartaz homenageia o então prefeito Plínio Barbosa Martins. (Foto: Acervo Moacir Lacerda)


Jovens desfilam em 26 de agosto de 1969. (Foto: Acervo Moacir Lacerda)
Jovens desfilam em 26 de agosto de 1969. (Foto: Acervo Moacir Lacerda)

Na lembrança - Quem tem vaga cativa nos desfiles de 26 de Agosto, lamentou. Maestro da Banda Municipal, Antônio Marcos Ramires Bezerra, de 50 anos, participa do evento de comemoração ao aniversário da Capital desde os 7 anos de idade. “Me arrepio todo!”, afirma, e relembra que “o desfile era o ápice das comemorações, que começavam com a alvorada na Esplanada dos Ferroviários e de lá, a gente se deslocava para o desfile”.

Otimista, ele se negou a ver apenas o lado negativo, em entrevista ao Campo Grande News, no dia 2 de agosto do ano passado. “Talvez, com tudo isso, passemos a valorar outras coisas, ter outras referências”.

Para quem, como o maestro, gosta da tradição, ficam as lembranças e a esperança que a festa tome às ruas novamente em 2022.

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