HU faz cirurgia inédita em MS para retirar tumor que ia do rim ao coração

Durou cerca de 10 horas a cirurgia inédita realizada pela equipe do HU (Hospital Universitário) de Campo Grande para a retirada de um tumor renal de um paciente de 35 anos. Para isso, foi necessário mobilizar várias pessoas em uma equipe multidisciplinar, devido a altíssima complexidade.

O procedimento onco-urológica, inédita em Mato Grosso do Sul, contou com urologistas, cirurgiões cardiovasculares, anestesiologistas, perfusionistas e cardiologistas, além de enfermeiros.

O tumor maligno do paciente, a princípio considerado inoperável, extrapolava os limites do rim direito, invadia a veia cava inferior retro-hepática - maior veia do corpo humano - e atingia ao átrio direito, no interior do coração.

A data da cirurgia não foi informada pela assessoria do hospital, mas o paciente recebeu alta neste mês, segundo consta, em ótimas condições gerais e sem quaisquer sequelas neurológicas ou sistêmicas no 10º dia de pós-operatório, inclusive, caminhando pelos corredores do hospital sem auxílio direto.

O caso do paciente era muito grave e sua expectativa de vida, caso não fosse operado, era muito baixa, entre 3 a 6 meses. Após a operação, esta expectativa e a qualidade vida do paciente aumentou bastante.

O cirurgião Mário Augusto Freitas, professor da Faculdade de Medicina da UFMS e atual chefe da Unidade do Sistema Cardiovascular, que integrou a equipe multidisciplinar explica que, devido à altíssima complexidade desta modalidade de cirurgia, é necessário uma grande logística e integração multi e transdiciplinar.

"Para esta cirurgia ocorrer é necessário uma estrutura bastante complexa para sustentar uma hipotermia profunda no intra-operatório bem como um excelente suporte intensivo de pós-operatório, os quais devem oferecer meios para que se recuperem as condições funcionais dos diversos sistemas orgânicos do paciente", comenta o médico.