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Capital

Moreninha reclama de prazo sem fim para conclusão de obra contra isolamento

Comerciantes apostam na força do bairro, mas cobram visibilidade e infraestrutura

Por Dayene Paz | 13/10/2025 10:57
Moreninha reclama de prazo sem fim para conclusão de obra contra isolamento
Hortifruti do Bairro Moreninhas que fica há 41 anos no mesmo local. (Foto: Dayene Paz)

Entre ruas antigas e novas promessas, o Bairro Moreninhas segue pulsando no ritmo de quem constrói a vida longe do Centro, mas ainda luta por ser visto. Localizado na saída para São Paulo, o bairro só conta com uma via principal de entrada e saída, a Avenida Gury Marques, e espera há 5 anos por uma nova ligação que deve encurtar o caminho até a Avenida Guaicurus.

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O bairro Moreninhas, um dos maiores de Campo Grande, enfrenta desafios de mobilidade e desenvolvimento comercial. Com apenas uma via principal de acesso, a Avenida Gury Marques, moradores e comerciantes aguardam a conclusão de uma nova ligação até a Avenida Guaicurus, prometida desde 2020. Comerciantes históricos do bairro, como Tavares Barbosa e José Paulo, relatam dificuldades para manter seus negócios e pedem mais atenção ao comércio local. A obra de expansão, orçada em R$ 32 milhões, prevê 13 quilômetros de extensão e infraestrutura completa, incluindo ciclovias, e encontra-se em fase final, segundo o Governo do Estado.

Na Rua Anacá, uma das mais antigas da região, o comerciante Tavares Barbosa mantém sua lan house há 23 anos. Ele conhece cada mudança do bairro, mas garante que uma coisa não muda: a dificuldade de acesso.

“O que falta aqui na Moreninha são vias de acesso, para entrar e sair. Hoje só temos a Gury Marques. Facilitaria para a população e traria mais gente de outros bairros pra cá. No Aero Rancho você consegue entrar e sair pra vários lugares”, compara.

Moreninha reclama de prazo sem fim para conclusão de obra contra isolamento
Lan house "M@aster" e comércios que ficam em uma das principais vias do bairro. (Foto: Dayene Paz)

A obra que promete ligação rápida que dará mais vida ao comércio local foi anunciada ainda em 2020 e começou em 2022, com previsão de entrega em 18 meses.

Parte de um pacote de investimentos do Governo do Estado em parceria com a Prefeitura de Campo Grande, o novo acesso às Moreninhas prevê 13 quilômetros de extensão, 51 metros de bueiro duplo de concreto, 379 bocas de lobo e mais de 2,2 mil metros de ciclovia.

A obra liga o final da Avenida Alto da Serra à Rua Salomão Abdala, conectando as avenidas Guaicurus, Rita Vieira de Andrade e Eduardo Elias Zahran. O investimento previsto é de R$ 32 milhões, com pavimentação, drenagem, ciclovia e construção de uma ponte.

A primeira fase avançou, mas a parte que deveria conectar a Avenida Alto da Serra à Rua Salomão Abdala, para chegar a Guaicurus, emperrou.

Neste ano, a prefeita Adriane Lopes admitiu atrasos, mas informou que o problema era a necessidade de desapropriações de áreas particulares, que dependem de negociação e , em alguns casos, processo judicial. Já o Governo do Estado informou que a obra não está parada e segue em fase final de conclusão, embora os serviços “não sejam tão visíveis”.

Moreninha reclama de prazo sem fim para conclusão de obra contra isolamento
Amando sentado em frente à lotérica enquanto conversa com a reportagem. (Foto: Dayene Paz)

Enquanto isso, a percepção de isolamento é compartilhada por Evanilde Marques, de 56 anos, dona de uma loja de roupas infantis. Ela vive há mais de duas décadas nas Moreninhas e há sete aposta no comércio local.

“Falta as pessoas darem mais valor no comércio da vila. As pessoas ainda saem do bairro pra comprar fora, a gente precisa de um incentivo. A via que estavam criando seria uma boa opção pra gente, atrairia mais pessoas. Todo mundo acha que o bairro é longe, mas o acesso que é restrito”, diz.

O sentimento de abandono também aparece na fala de Amando Moreira da Silva, aposentado de 68 anos e morador há 34 anos.

“As Moreninhas não têm tudo. Está abandonada, esquecida no tempo. O bairro cresceu, tem Santa Felicidade, Nova Jerusalém, Jardim Santa Felicidade, José Maksoud... Cresceu muito, mas a modernidade passou longe. Ainda continuamos com muitas ruas sem asfalto, e o acesso aqui só existe um”.

Moreninha reclama de prazo sem fim para conclusão de obra contra isolamento
Rua Anacá, uma das principais vias do bairro. (Foto: Dayene Paz)

Comércio forte, mas ofuscado

Entre os mais antigos comerciantes está José Paulo, dono do Hortifruti Pereira, que soma 41 anos de história no bairro, desde o tempo em que o negócio era tocado pelo pai. Ele defende que o pequeno comércio precisa ser olhado com mais atenção.

“Nós, pequenos, sofremos com as grandes redes. Acho que hoje precisa de uma revitalização do comércio pequeno. Tem que ser vista com mais prioridade pelos governantes. Se você for em todos os comércios pequenos, vai ouvir a mesma coisa”.

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Moreninha reclama de prazo sem fim para conclusão de obra contra isolamento
Obra do novo acesso da região das Moreninhas (Foto: Chico Ribeiro)