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Capital

Pandemia faz aumentar denúncias de animais na rua, mas adoção está mais célere

Adotados ou mantidos em casa como companhia, entidades acreditam que pandemia deixou pessoas mais solitárias

Lucia Morel | 27/05/2020 09:39
Gatinho abandonado no bairro Antônio Vendas, mas recebendo água e comida dos moradores. (Foto: Paulo Francis)
Gatinho abandonado no bairro Antônio Vendas, mas recebendo água e comida dos moradores. (Foto: Paulo Francis)

Se por um lado, o isolamento imposto pela pandemia facilitou as adoções de cães e gatos, por outro  houve aumento de denúncias de casos de animais abandonados nas ruas de Campo Grande. É o que mostram alguns dados do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) e entidades que atuam no cuidado dos bichanos.

Os números indicam redução na quantidade de cães e gatos recolhidos aos abrigos do órgão e de entidades não-governamentais. A leitura é que, diante da quarentena, pessoas têm optado por ficar com os animais, ao invés de abandoná-los.

São cerca de 1.056 animais recolhidos de janeiro até abril pelo CCZ, com maior quantidade no primeiro mês do ano e havendo redução gradativa nos meses seguintes: 318, 309, 243 e 186, respectivamente.

As denúncias de abandono apresentaram variação diferente, sendo 69 nos primeiros quatro meses do ano, com 28 delas no mês de janeiro, 7 em fevereiro, 21 em março e 13 em abril. O CCZ ressaltou, no entanto, que “que a maior parte delas não procedia”.

Dos animais recolhidos, alguns ficam sob a responsabilidade do centro, mas “nos casos de animais acolhidos por populares, o CCZ recolhe esses em casos onde a pessoa não tem condições de abrigá-lo. Caso contrário, ele permanece com quem o resgatou até que ele possa ser colocado à disposição em feiras de adoção organizadas pela instituição”, detalha o órgão, que este ano fez duas feiras, em janeiro e fevereiro.

Alguns animais são levados para entidades parceiras, como Abrigo dos Bichos ou Cão Amigo.

Mais ligações - O diretor de comunicação do Abrigo dos Bichos, Diogo Zampieri, afirma que houve aumento de pelo menos 30% em pedidos para resgate de animais na ruas. Mas por outro lado, a adoção está mais célere. Nisso, ele acredita que o isolamento ajudou.

“Notamos também rapidez na adoção de filhotes e eu acho que isso se deve ao fato das pessoas estarem mais em casa, mais sozinhas”, avalia. Ele conta que apenas uma amiga, que mora sozinha, adotou dois animais durante a pandemia e ainda que dos bichos que ela cuida em sua casa, independente da entidade, também notou maior celeridade na adoção.

“Só esta semana recebemos cinco pedidos de divulgação para animais abandonados, então, por um lado tem muita denúncia, mas por outro, tem muita gente nos procurando, acolhendo animais e também divulgando casos para adoção, e pedindo nossa ajuda”, relata.

Zampieri pondera, no entanto, que maior parte dos animais adotados são filhotes, o que não é o ideal, já que maioria dos cães e gatos nos abrigos são adultos e demoram a ser adotados.

Na Ong (Organização Não-governamental) Cão Feliz, a presidente Kelly Macedo afirma que são muitas as denúncias de abandono de animais que ela recebe e que este ano houve mais que em anos anteriores.

São 110 cachorros na sede da Ong e 38 em lares temporários atualmente e segundo ela, ocorreram 15 adoções. No entanto, ela não considera que o isolamento ou a quarentena estejam influenciando em algo.

Serviço – Para fazer denúncias ao CCZ, ligue para 3314-5000 ou 3314-5001. Se o interesse é agendar a castração do cão ou gato, o serviço está suspenso durante a pandemia. Para ajudar o Abrigo dos Bichos, ou fazer denúncias, entre em contato pelo 99955-4949. Para falar com a Cão Feliz, o contato é 99974-4949.

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