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Empregos

Especialistas alertam: usar rede social exige inteligência emocional

Liana Feitosa | 28/07/2014 22:18
Psicóloga falou sobre os perigos da autoexposição  na web na hora de se candidatar a vagas de emprego. (Fotos: Marcelo Victor)
Psicóloga falou sobre os perigos da autoexposição na web na hora de se candidatar a vagas de emprego. (Fotos: Marcelo Victor)
O juiz Flávio Higa falou sobre os aspectos trabalhistas legais que envolvem a utilização das mídias sociais.
O juiz Flávio Higa falou sobre os aspectos trabalhistas legais que envolvem a utilização das mídias sociais.

Da necessidade de empresários, gestores e líderes nasceu mais um Café de Negócios, encontro gratuito promovido pela coordenação de pós-graduação do Centro Universitário Anhanguera de Campo Grande. Para a última edição, que aconteceu hoje (28), foram convidados especialistas em recursos humanos, comunicação e direito para falar sobre os benefícios das mídias sociais e os cuidados necessários para não ser vítima da internet, principalmente no ambiente de trabalho.

A consultora de câmbio Alessandra Nascimento, que atua em uma agência de viagens, percebeu que a internet poderia ser um ótimo canal para divulgar e melhorar a imagem da empresa e, consequentemente, conquistar novos clientes. Conversou com o chefe, recebeu o aval para investir na área e, no evento, buscou dicas. "Ainda estamos começando a utilizar esses recursos onde trabalho, por isso estou aqui. Quero saber o que ela pode fazer a meu favor e, também, que cuidados preciso tomar para que ela não traga problemas", afirma.

Esse foi justamente o foco da palestra da psicóloga Márcia Fachini, especialista em Gestão Estratégica em Recursos Humanos. "Atualmente, as pessoas precisam ter uma capacidade emocional muito grande porque o campo de influência de uma rede social é muito extenso. Antes, você falava para uma pessoa e atingia 10. Hoje, ninguém sabe ao certo quantas pessoas você atinge", alerta.

Espelho - Para a especialista, o ambiente virtual traduz quem é a pessoa, por isso, é possível observar com clareza momentos em que candidados a uma vaga de emprego, por exemplo, se expõem demais, o que pode ser altamente prejudicial para sua imagem. "Se a rede social apresenta o seu perfil, a pessoa que você é, a capacidade de fazê-la funcionar a seu favor está em suas mãos. Afinal, você quem a faz, é você quem precisa definir o que quer para o seu perfil: situações positivas ou negativas", completa.

Para a professora Célia Franzoloso, mestre em Comunicação e Mercado, a internet é uma ferramenta em construção, com muitas possibilidades desconhecidas. "A comunicação pelas redes ainda acontece de maneira muito aleatória, sem muitas regras. Por isso, às vezes, algumas pessoas se sentem prejudicadas por ainda não entender o sistema", amplia a palestrante.

De acordo com Franzoloso, esse fato leva muitos internautas a, muitas vezes, "trocarem os pés pelas mãos" no que diz respeito ao teor do que publicam. "Hoje, a grande questão é a geração de conteúdo: o que você vai postar e como vão entender a mensagem. Por isso, é preciso escolher bem a mensagem e, também, o receptor. Mas o mais importante é analisar o conteúdo que está sendo gerado antes de que seja publicado", aconselha.

Palestras para atender necessidades dos empresários são oferecidas gratuitamente pela coordenação de pós-graduação do centro universitário.
Palestras para atender necessidades dos empresários são oferecidas gratuitamente pela coordenação de pós-graduação do centro universitário.

Cuidados - Essa dica a maquiadora Joelma Lima segue à risca. Antes o perfil era pessoal, mas, com o passar do tempo percebeu que era uma ótima ferramenta para atrair clientes. Foi aí que decidiu tirar o foco de sua vida íntima e usar a rede com interesses profissionais. "Precisamos separar o pessoal do profissional. Então, quando sei que a postagem pessoal não vai prejudicar meu trabalho, eu coloco, mas é realmente muito raro", conta.

Além desse cuidado, a percepção da maquiadora a mantém ainda mais cautelosa. Para ela, assuntos cotidianos que resultam em manifestação pública de opinião, exigem atenção dobrada. "Preciso tomar muito cuidado com a exposição até mesmo quando vou me posicionar sobre questões políticas, sociais, ou até sobre religião. Já aconteceu de publicar uma coisa e depois de pouco tempo apagar porque pensei que alguém poderia se chatear", revela.

Atitudes como a de Joelma são fundamentais para evitar problemas. Recentemente, a Justiça do Trabalho foi favorável em uma ação movida por empregadores que se sentiram lesados por opiniões divulgadas online por ex-funcionários, como explicou o juiz titular da 1ª Vara do Trabalho de Coxim, Flávio da Costa Higa. "As pessoas tem que tomar muito cuidado com o que falam porque esse conteúdo se dissemina de uma maneira que não há como controlar, como retirar ou conter. Dessa forma, a situação se torna fora de contexto porque, até mesmo aquilo que foi feito em um passado muito distante, acaba sendo trazido para os dias atuais, gerando os mais diversos problemas", conclui.

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