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Cidades

Governo de MS aprofunda investigação sobre desfalque em obras

Procedimento disciplinar mira em cinco servidores e problemas em medições de oito projetos

Mayara Bueno | 09/08/2016 07:42
Polícia Federal deflagrou a segunda fase da Operação Lama Asfáltica, em maio deste ano. (Foto: Alcides Neto)
Polícia Federal deflagrou a segunda fase da Operação Lama Asfáltica, em maio deste ano. (Foto: Alcides Neto)

Supostas irregularidades em medições de oito obras, cometidas por servidores estaduais, serão alvos de investigação do governo de Mato Grosso do Sul. O trabalho faz parte do comitê aberto para apurar os fatos apontados na Operação Lama Asfáltica, em junho, e o procedimento exclusivo sobre os problemas nas obras está no Diário Oficial de segunda-feira (8).

Preso nas duas fases da Operação Lama Asfáltica, Wilson Roberto Mariano de Oliveira é um dos que foi alvo do procedimento administrativo disciplinar da Agesul (Agência Estadual de Gestão e Empreendimentos), aberto ontem. Contra ele, de acordo com o Executivo Estadual, são atribuídas irregularidades em medições apresentadas e atestadas como serviços realizados.

Medição trata-se de avaliação dos serviços executados na obra para viabilizar os desembolsos mensais de financiamento à construção do empreendimento.

Uma das irregularidades seria na obra de recuperação da estrutura da faixa de rolamento da MS-171, em uma área de 90 km, entre a BR-262 e o km 90, no município de Aquidauana. Na publicação, ainda consta irregularidade na obra de recuperação da estrutura da faixa de rolamento da rodovia MS-228, em uma extensão de 42 km, entre o km 35 e 77, em Corumbá.

O Executivo Estadual não informou os valores das obras questionadas e afirmou que demais detalhes terão de ser mantidos em sigilo, por recomendação do MPF-MS (Ministério Público Federal de Mato Grosso do Sul), que investiga irregularidades e desvios de dinheiro público.

Ainda na portaria da Agesul, outros quatro servidores são relacionados e alvos do procedimento disciplinar: são eles, Maxwell Thomé Gomes, Donizeti Rodrigues da Silveira, Átila Garcia Gomes e Luiz Mario Anache. Detalhes sobre quais as obras geridas pelos funcionários públicos estariam irregulares não foram divulgados. O governo deu prazo de 90 dias para conclusão dos trabalhos.

Comitê – O procedimento aberto ontem faz parte da atuação do Comitê Estadual Temporário de Apuração de Denúncias que, desde junho, investiga fatos relacionados à Lama Asfáltica, operação da PF (Polícia Federal) e outros órgãos, que já apontou desvios de R$ 44 milhões nos cofres estaduais.

A intenção é mensurar o suposto envolvimento de servidores estaduais nas irregularidades, puni-los, se for o caso, além de tentar recuperar as verbas públicas roubadas.

Em nota, o governo estadual explicou que vem apurando supostos problemas relacionadas à operação, em diversos contratos, mas ressalta a necessidade de manter certo sigilo, “até porque alguns dados foram fornecidos sob esta condição”.

Desvio - As últimas ações tiveram como foco a lavagem de dinheiro, em uma rede de "laranjas", utilizando os recursos para compra de fazendas, que totalizam 67 mil hectares espalhados por Mato Grosso do Sul.

Na segunda fase, batizada como "Fazendas de Lama", que aconteceu em maio, 15 pessoas foram presas, além de vários mandatos de busca e apreensão. Entre os presos estavam o ex-secretário estadual de Obras, Edson Giroto, os empresários João Amorim e Flávio Henrique Scrocchio e Wilson Roberto Mariano de Oliveira, servidor da Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos).

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