Homem flagrado com quase US$ 900 mil é condenado a 5 anos de prisão
Suspeito de participação em fatos apurados na Operação Nevada também foi relacionado a veículo no qual foram apreendidos 427 quilos de cocaína
O juiz Bruno Teixeira, da 3ª Vara Federal de Campo Grande, condenou a cinco anos e sete meses de prisão um homem preso em 3 de setembro de 2015 com quase US$ 900 mil –R$ 3,3 milhões na cotação da época– e mais R$ 11,5 mil em um automóvel preparado para transportar cargas escondidas. Oldemar Jacques Teixeira teve o nome relacionado também à Operação Nevada, que em 2016 investigou a atuação de uma quadrilha especializada em tráfico de cocaína e lavagem de dinheiro.
Conforme a denúncia, Oldemar foi flagrado na BR-262, a 25 quilômetros de Campo Grande, com US$ 894.916 e R$ 11.496 em espécie, em uma Fiat Strada com compartimento sob o assoalho traseiro, preparado para o transporte de itens escondidos. Cerca de R$ 5 mil estavam na caixa de marchas do automóvel. Ele afirmou aos policiais federais que efetuaram sua prisão que receberia R$ 10 mil para levar o veículo de São Paulo à Capital, sendo que, no mês anterior, foi ao Paraguai providenciar a instalação do compartimento secreto no carro.
O suspeito também foi relacionado a uma denúncia de tráfico que tramita na 2ª Vara Criminal de Campo Grande, envolvendo ainda Moisés Bezerra dos Santos –preso com 427 quilos de cocaína em 19 de agosto de 2015, levados em uma carreta cujo documento estava em nome de Oldemar, que havia assinado autorização de transferência do veículo. Sua defesa alegou que tal fato se deve a uma negociação para a compra da carreta, que não se concretizou, fato contestado pelo juiz.
Na Strada, foram encontrados quatro certificados de registro de carretas em nome do denunciado. Oldemar teria se negado a indicar os mandantes da carga, o que, ao lado dos valores com ele encontrados, levaram suspeitas sobre sua ligação com investigados por tráfico transnacional de drogas e prática de lavagem de dinheiro.
Na sentença, o juiz da 3ª Vara Federal destacou que Oldemar foi denunciado por tráfico transnacional em processo já de 2014, sendo apontado como participante de dois núcleos de uma organização especializada na prática: caberia a ele o gerenciamento “orientando quanto aos transportes de entorpecente e contratando destinatários”.
O magistrado afirmou, ainda, que monitoramentos telefônicos relacionando Oldemar com a Operação Nevada subsidiaram sua prisão na BR-262. Teixeira ainda anotou na sentença que não houve comprovação de origem lícita dos dólares –que seriam originários do tráfico. O suspeito foi concenado a cinco anos, sete meses e 15 dias de prisão, além de 139 dias-multa. Cabe recurso.