ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MAIO, QUINTA  02    CAMPO GRANDE 25º

Interior

Apesar de aliados presos, prefeito diz que não é alvo do Gaeco

Operação Laços Ocultos investiga atos de corrupção nas duas gestões de Edinaldo Bandeira em Amambai

Por Helio de Freitas, de Dourados | 16/11/2023 15:28
O prefeito de Amambai, Edinaldo Luiz de Melo Bandeira; Gaeco investiga corrupção na prefeitura (Foto: Divulgação)
O prefeito de Amambai, Edinaldo Luiz de Melo Bandeira; Gaeco investiga corrupção na prefeitura (Foto: Divulgação)

O prefeito Edinaldo Luiz de Melo Bandeira (PSDB) afirmou na tarde desta quinta-feira (16) que não é alvo das investigações sobre esquema de corrupção montado na Prefeitura de Amambai, a 351 km de Campo Grande.

Hoje cedo, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul deflagrou a Operação Laços Ocultos para cumprir seis mandados de prisão e 44 de busca e apreensão em Amambai, Naviraí, Campo Grande, Bela Vista e Itajaí (SC). Empresas, gabinetes na sede da Câmara e residências estavam entre os locais vasculhados.

Vereadores, secretários municipais, ex-secretários, servidores de carreira do município e empresários são acusados de montar esquema de fraude em licitações e superfaturamento de obras que teria faturado ao menos R$ 78 milhões nos últimos seis anos. No segundo mandato, Bandeira administra o município desde 1º de janeiro de 2017.

Em “nota de esclarecimento” divulgada pelo gabinete, a prefeitura informou que não foi feita nenhuma ação envolvendo o prefeito. Doutor Bandeira, como é conhecido, afirmou que só ficou sabendo da situação ao ser informado de que a prefeitura deveria permanecer fechada no transcorrer das diligências.

Segundo sua assessoria, Bandeira “prontamente se colocou à disposição dos órgãos de fiscalização e controle para possibilitar a regular apuração dos fatos, com a finalidade precípua de resguardar e bem gerir os recursos públicos”.

Ainda segundo a nota da prefeitura, equipes do Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) e do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) fizeram buscas na Secretaria de Fazenda e nos departamentos de Licitação e de Engenharia, para apurar supostas práticas ilícitas na contratação de empresas de engenharia.

“Ressalte-se que os servidores municipais imediatamente franquearam o acesso a todos os órgãos, documentação e inspeção em computadores, bem como prestaram as explicações solicitadas acerca dos trâmites burocráticos para a contratação com o Poder Público Municipal, a fim de prontamente elucidar e apurar as responsabilidades por eventuais delitos em detrimento do erário municipal”, afirma a nota do gabinete do prefeito.

Vereadores – Segundo o Ministério Público, entre os seis alvos de mandados de prisão estão dois vereadores. Os nomes não foram divulgados, mas o Campo Grande News apurou que um deles é Valter Brito da Silva (PSDB).

No 9º mandato, Valter Brito foi vice-prefeito na primeira gestão de Edinaldo Bandeira (2017-2020) e atualmente é o líder do prefeito na Câmara Municipal. Político influente no município, é empresário do ramo de construção e pré-candidato a prefeito pelo PSDB em 2024.

Também seria alvo das investigações a engenheira Juscélia Barros Rodrigues, responsável pela parte de projetos e captação de recursos da prefeitura.

Outro engenheiro da prefeitura, Mauricio Sartoretto Martinez, 57, foi preso em flagrante por posse ilegal de três armas de fogo e munições, inclusive de fuzil calibre 7,62. Mauricio é um dos investigados e durante buscas na casa dele, policiais militares apreenderam o armamento.

A operação - A investigação do MP apura existência de organização criminosa voltada para a prática de corrupção ativa, corrupção passiva, peculato, fraude em licitações e contratos públicos, além de lavagem de dinheiro.

A organização criminosa atua há anos fraudando licitações de obras e serviços de engenharia em Amambai e outros municípios, principalmente por meio de empresas ligadas a familiares, com sócios até então ocultos.

Conforme o MP, perícia feita em obras públicas detectou superfaturamento e construções pela metade. Empresas ligadas ao grupo criminoso pagavam propina a agentes políticos e servidores públicos municipais para fazerem “vistas grossas” durante fiscalização das obras.

A operação contou com apoio operacional do Batalhão de Choque, do Bope (Batalhão de Operações Especiais), do DOF (Departamento de Operações de Fronteira) e da Força Tática da Polícia Militar. O nome da operação é devido ao vínculo oculto entre os investigados.

Receba as principais notícias do Estado pelo WhatsApp. Clique aqui para entrar na lista VIP do Campo Grande News.

Nos siga no Google Notícias