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Diversão

Com patrocínio de seus homenageados, Deixa Falar e Igrejinha se destacam em desfile

Ângela Kempfer | 19/02/2012 10:29
Carro alegórico em homenagem aos touros Bandido e Encantado.
Carro alegórico em homenagem aos touros Bandido e Encantado.
Fantasias luxuosas desfilaram pela Deixa falar.
Fantasias luxuosas desfilaram pela Deixa falar.

A abertura do primeiro dia de desfiles de rua teve uma estréia em grande estilo. Como já era esperado, diante de tamanha organização, a caçula no Carnaval de Campo Grande, a escola Deixa Falar, entrou na briga com porte de grupo especial.

A agremiação apareceu com cerca de 600 componentes e carros alegóricos imponentes para a realidade local, além de todas as alas coreografadas e fantasias bem estruturadas. A concorrência pesada só chegou ao final, no enredo da Igrejinha, a quinta e última a desfilar neste sábado.

Na saída da avenida do samba, a pergunta sobre as preferidas da noite tinham como respostas recorrente "a primeira e a última".

As duas têm em comum o patrocínio extra de seus principais homenageados: a prefeitura de Porto Murtinho e o empresário Ueze Zahran.

Com investimento de R$ 80 mil, segundo o presidente da Deixa Falar, Salvador Dodero, a escola trouxe já no primeiro carro alegórico o prefeito de Porto Murtinho, Nelson Cintra e a primeira-dama. Os dois animadíssimos, cantando o samba enredo “Festa dos touros – 100 anos de Porto Murtinho”.

Na avenida, a comissão de frente veio do município, assim como vários destaques, algumas fantasias e cerca de 200 pessoas que participaram da tradicional competição entre os touros “Bandido” e “Encantado” em Porto Murtinho.

A escola desfilou com carros iluminados, cheia de gente bonita, mas poucos com o samba na ponta da língua e no pé.

Mesmo assim, encantou a platéia pela qualidade das alegorias, confeccionadas com apoio que veio da cidade homenageada. "O prefeitura de Porto Murtinho nos ajudou sim, senão não dava para fazer tanto", confirmou o presidente.

“Venho sempre, mas nunca vi uma escola assim. As fantasias parecem coisa de carioca”, comentava o professor de Educação Física Lauro Teodoro, em uma das arquibancadas da avenida do samba.

Simplicidade no carro que falou de avareza na escola unidos do São Francisco.
Simplicidade no carro que falou de avareza na escola unidos do São Francisco.

Simples - A segunda a desfilar ontem foi a Unidos do São Francisco. Com apenas R$ 15 mil repassados pelo governo do Estado e outros R$ 3,5 mil de ajuda da prefeitura, valores também pagos as demais escolas, a comunidade apresentou um carnaval bem mais humilde, apesar de sete carros alegóricos na avenida, representando o enredo "Sete Pecados Capitais”.

Até um dia antes de entrar na avenida, a escola ainda distribuía fantasias de graça em busca de mais componentes para conseguir superar o número mínimo exigidos de 250 integrantes.

Baderia da escola do bairro José Abraão.
Baderia da escola do bairro José Abraão.

Criativa - A Cruzeiro, terceira colocada no carnaval do ano passado, trouxe o enredo “O sonho de uma criança no picadeiro da emoções. Respeitável público a Cruzeiro apresenta: O Circo”.

Apesar do tema chavão, a criatividade do carnavalesco e o ânimo dos integrantes fizeram a escola ganhar pontos com o público que repetia o samba de refrão mais “chicletinho” desde Carnaval até o momento.

A desenvoltura do mestre sala e porta bandeira, com fantasia estilo Cirque du Soleil, e o rebolado da rainha da bateria, que saia da cartola vestida de coelha, foram o encantamento da escola que no fechamento da apresentação distribuiu algodão doce e pipoca à platéia.

Casal de mestre-sala e porta-bandeira, à moda circense.
Casal de mestre-sala e porta-bandeira, à moda circense.
Folião concentrado, em meio ao desfile da Cruzeiro.
Folião concentrado, em meio ao desfile da Cruzeiro.

Na sequência, entrou a escola Cinderela Tradição do José Abraão, com o enredo "Do fogo ao aço, do mar ao espaço conquistou...e assim caminha a humanidade” .

Entre os 350 componentes, divididos em 10 alas, o mais bonito na escola foi ver os integrantes cantando em peso. "Aqui o carnaval é da comunidade, para se divertir. É claro que somos menores, mas 90% das pessoas que estão aqui, são da comunidade", explicou um dos fundadores da escola que no Carnaval auxiliava no trabalho pesado de colocar os carros alegóricos na rua.

Na ala das baianas, uma menina de 16 anos. Parente do presidente da escola, Carolina estreou na função ontem, sem qualquer treinamento. "Não teve ensaio, só me orientaram o que devo fazer", detalhava com um sorriso tímido na boca.

Com a comissão de frente vestida de homens das cavernas, a agremiação empolgou o público com a descoberta do fogo.

Homens das cavenas abriram o desfile da escola do bairro José Abrão.
Homens das cavenas abriram o desfile da escola do bairro José Abrão.
Mestre-sala e porta bandeira da Cinderela Tradição.
Mestre-sala e porta bandeira da Cinderela Tradição.

Luxo - Das 5 primeiras escolas que passaram pela avenida ontem, a Igrejinha já sai com a vantagem das alas mais luxuosas, mas ao contrário da principal concorrente da noite, desfilou sem iluminação que destacasse os carros alegóricos.

O brilho especial estava na garra de sempre de quem é Igrejinha, força estampada no rosto e no "gogó" dos integrantes que pareciam mais dispostos do que nunca em levar o título que no ano passado dizem ter sido roubado da escola.

"Mas desta vez vai ser nossa. Temos um homenageado importante que vai dar sorte",dizia a baiana de 64 anos, Nirce Ortega.

Na concentração, o homenageado Ueze Zahran, motivo do enredo “de sonho e trabalho um império se fez”, ao ser questionado sobre o montante doado à agremiação em 2012, o empresário foi sucinto: “Eu ajudei sim”.

"Homem do gás" virou ritmista na Igrejinha.
"Homem do gás" virou ritmista na Igrejinha.

Não cometeu nenhum crime, ao contrário. Deixa Falar e Igrejinha só seguem a cartilha de escolas do Rio de Janeiro que há muito tempo recebem doações expressivas de seus homenageados.

Ueze levou boa parte da família e de suas empresas para a avenida, com alas só de funcionários da Copagaz e da TV Morena. Celso Cintra levou junto a Deixa Falar seu projetos sociais e o colorido da principal manifestação cultural da cidade.

Porém, o mais louvável dos dois foi a disposição. Ueze chegou cedo e foi o último a sair, depois de desfilar em um dos carros mais bonitos apresentados no desfile de ontem, representanto o haras do empresário. "Eu por mim parava de trabalhar e só fazia isso agora", brincou.

O prefeito Nelson Cintra também só resolveu deixar o local depois da última escola desfilar. "Agora sim vou embora, estava esperando para ver se a Igrejinha é mesmo o bicho papão que todo mundo diz", comentou antes de se despedir.

Amanhã quem desfila é a campeã, Vila Carvalho. A entrada é gratuita e as apresentações correm na avenida Alfredo Scaff, na praça do Papa.

Ueze Zahran, o homenageado, cumprimenta integrante de escola.
Ueze Zahran, o homenageado, cumprimenta integrante de escola.
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