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Economia

Paralisação mobiliza 25 agências e 80% dos funcionários dos Correios

Renata Volpe Haddad | 27/04/2016 11:16
Funcionários paralisaram atividades nesta quarta-feira (27) pedindo melhores condições de trabalho. (Foto: Alcides Neto)
Funcionários paralisaram atividades nesta quarta-feira (27) pedindo melhores condições de trabalho. (Foto: Alcides Neto)

Mais de 80% dos funcionários dos Correios de Campo Grande paralisaram as atividades e estão reunidos na manhã desta quarta-feira (27) em frente ao Centro Operacional localizado na rua Barão do Rio Branco. A paralisação é nacional e os trabalhadores reivindicam melhores condições de trabalho.

De acordo com a presidente do Sintect/MS (Sindicato dos Trabalhadores nos Correios), Elaine Regina Oliveira, 25 municípios de Mato Grosso do Sul aderiram a greve e 80% dos funcionários paralisaram as atividades nesta quarta-feira.

"As entregas estão comprometidas e as agências estão funcionando apenas com gerente e mais um funcionário. Estamos entregando panfletos para a população saber que o atraso das entregas não é culpa nossa, mas sim, dessa reestruturação feita pelo Correios em dezembro", afirma.

Em Campo Grande, a agência do Shopping Campo Grande não abre hoje.

Há 11 anos trabalhando como entregadora, Valéria Leite Galvão, alega que está sobrecarregada de trabalho e há muito serviço acumulado. "Há mais de um mês, estou trabalhando por duas pessoas, os clientes nos cobram porque estamos entregando com atraso, mas não temos culpa".

Trabalhando no atendimento de balcão, Roberto Sanches Ferreira é funcionário do Correios há 29 anos e diz que não há nem material didático para poder trabalhar com qualidade. "Além disso, falta funcionários para atender os clientes e acaba causando lentidão no trabalho", informa.

Vanderlei Soares é entregador motorizado e é concursado há 35 anos. Ele conta que o novo sistema implantado dentro da separação de cartas não tem ajudado e 12 funcionários saíram do setor e foram realocados em outros lugares. 

"Eu faço entrega em um bairro da cidade há anos e sei quais são os números das casas que passo para entregar. O novo sistema atrapalhou muito e agora tenho que ficar ir e voltando várias vezes em uma mesma rua, para poder entregar conforme o sistema manda, atrasando meu trabalho", desabafa.

Um funcionário que preferiu não ser identificado, relata que não há nem papel higiênico dentro das agências. "Eles cortaram os copos descartáveis, água mineral, sabonete e papel higiênico. Precisávamos de 100 funcionários trabalhando no meu setor, temos 30 e trabalhamos em dobro e ainda por cima, cobram meta da gente e ficam nos ameaçando".

Os funcionários relataram que por falta de gente, acabam trabalhando por duas pessoas e o serviço fica acumulado. (Foto: Alcides Neto)
Os funcionários relataram que por falta de gente, acabam trabalhando por duas pessoas e o serviço fica acumulado. (Foto: Alcides Neto)

Paralisação – Os funcionários reivindicam melhores condições de trabalho, são contra fechamento de agências, cobram melhoria no plano de saúde e uma solução para a crise no fundo de pensão, que segundo a presidente do sindicato, é fruto de má gestão.

"Somos contra qualquer projeto de privatização dos Correios e queremos também a realização de concurso público para suprir falta de funcionários no atendimento das agências e nos centros de distribuição".

Redução de gastos – Os Correios implantaram uma série de medidas para reverter o déficit e equilibrar as contas, com foco no aumento de receitas e na redução de despesas. As ações atingiram todas as áreas da empresa, desde itens de custeio administrativo, como a economia em passagens aéreas e a revisão de contratos de aluguel, até a oferta na diversificação de serviços, como o incremento na venda de consórcios nas agências e a entrada no mercado de telefonia móvel.

As ações já em curso e outras planejadas são resultado do trabalho de grupos criados no final do ano passado e compostos por empregados, com o objetivo de pensar a melhoria da gestão e dos resultados. Estes grupos receberam mais de quatro mil contribuições de ecetistas de todo o País.

Uma dessas medidas, é não abrir as agências aos sábados e das 32 unidades existentes em Campo Grande, apenas 12 funcionam no fim de semana. 

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