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Arquitetura

Com vassoura de folha e casa de madeira, Iva se diverte sendo “raiz”

Há mais de 40 anos no bairro, ela brinca que só vai sair do lar quando for para o Santo Amaro

Aletheya Alves | 25/04/2023 06:35
Aos 86 anos, Iva faz questão de manter tudo do jeito mais "raíz". (Foto: Alex Machado)
Aos 86 anos, Iva faz questão de manter tudo do jeito mais "raíz". (Foto: Alex Machado)

“Para quê que eu vou sair daqui? Eu falo para todo mundo que só vou sair daqui quando for para o Santo Amaro”. Com humor afiado, Iva Barros Dias, de 86 anos, chegou ao bairro Santo Antônio há mais de 40 anos e da casa de madeira até sua vassoura, tudo faz sua fama ser de uma pessoa “raiz”, sem aderir aos modernismos.

Mantendo a fachada da casa como sempre foi, ela conta que sua casa é uma das poucas coisas que permaneceram mais ou menos iguais desde a década de 1980. “A gente falava até que ali onde hoje é a Vila Alba era um beco. O mato era alto do tamanho desses muros, não tinha como andar”, diz.

Na época, a casa de madeira já tinha sido construída por outros donos, mas desde que foi comprada por Iva e seu marido não foi mais desfeita. Comentando que a maior parte dos outros vizinhos já se mudou ou partiram, ela garante que ama o jeito que vive.

Vassoura é feita por ela com folhas de árvores que ficam perto de casa. (Foto: Alex Machado)
Vassoura é feita por ela com folhas de árvores que ficam perto de casa. (Foto: Alex Machado)
Pintura é renovada de tempos em tempos para manter a casa bonita. (Foto: Alex Machado)
Pintura é renovada de tempos em tempos para manter a casa bonita. (Foto: Alex Machado)

E, para quem ainda não entendeu a única saída possível da casinha de madeira, ela se diverte contando.

“Eu falo isso, mas tem jeito que não entende. Um dia, uma vizinha perguntou se eu não queria sair, aí falei que só ia para o Santo Amaro não porque queria. Vou porque um dia todo mundo vai para lá, né? [cemitério]”, explica Iva.

Mas, com a proprietária da casa garantindo que ainda falta muito tempo para isso, a história da casa tem espaço para crescer. Até por isso é que todos os dias, quando o Sol ainda está nascendo, a rotina de cuidados começa com a vassoura “ecológica”.

Além de fazer a manutenção de seu próprio quintal e calçada, Iva conta que carpe até a vegetação da esquina. “Não é minha obrigação, mas eu faço porque gosto de tudo no jeito”.

Sem um pingo de preguiça, a moradora comenta que toda a força de vontade vem de seu passado, quando morava na área rural. E, depois que conseguiu a casa na cidade, a batalha precisou continuar.

Cuidado com as flores são diárias e começam logo cedo. (Foto: Alex Machado)
Cuidado com as flores são diárias e começam logo cedo. (Foto: Alex Machado)

“Nada aqui era fácil, se você visse esse bairro antigamente nem ia achar que era a mesma coisa. Quando chovia ficava uma coisa horrível, com água alta”, relembra.

E, apesar da vida não ter sido das mais fáceis, ela brinca que continua se divertindo e cuidando das plantas. Com vontade de seguir assim até o final, Iva ainda garante que o bairro todo pode desfazer as casas mais antigas, mas que a sua vai continuar em pé.

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