Com produção mão de ferro, até figurantes de filme com Cauã tem medo da imprensa
A gravação do filme "A Curva do Rio Sujo" foi o assunto mais comentado na cidade de Bela Vista, distante a 322 km de Campo Grande, na semana passada.
Mas, apesar das ruas do município ficarem lotadas por fãs ávidas de encontrar o galã Cauã Reymond ou de espiar como funciona um set de filmagem, a maioria não tinha muita certeza nem da sinopse do enredo. Tudo porque a produção do longa não é nem um pouco aberta a diálogos.
A reportagem do Lado B realizou inúmeros pedidos de entrevistas com o ator principal e o diretor do filme, mas todas foram negadas pela produção. Cauã chegou a prometer uma conversa durante um encontro com a equipe, mas devido ao entrave não conseguiu atender aos nossos apelos. "Minha chefe não deixa", afirmou o ator.
Tentamos outro caminho. Seguimos em busca dos figurantes da produção, ou seja, os moradores de Bela Vista que estavam escalados do filme. "Quase a cidade inteira está participando como figurante", brinca Diego Maciel, turismólogo da Secretaria Municipal de Turismo de Bela Vista.
O único problema é que por receio da reação da produção, ninguém quis falar sobre o filme ou se identificar. "Tenho medo que eles me cortem do filme. Se isso acontecer antes de eu gravar não vou nem ter uma foto do Cauã para provar que eu participei", afirma uma das figurantes, uma jovem de pele morena e longos cabelos pretos.
A reclamação de não ter foto, é segundo ela, devido a restrição do uso de aparelhos celulares durante a filmagem.
"Durante os ensaios eles retiram os celulares para não ter fotos e para não avisar onde estão gravando e assim evitar as fãs. Nós ainda não sabemos muito sobre o filme. Sei um pouco sobre o papel, mas nem sei se tenho falas. Foi mais a marcação até agora, não teve ensaio direito", explicou a jovem.
As cenas previstas eram para serem gravadas durante o final de semana. "Eles avisam previamente, mas ligam em cima da hora para avisar onde vai ser. Normalmente, ficamos esperando um sinal deles. Quando chegamos lá, não sabemos muito bem o que fazer", confessa.
