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Artes

Espetáculo de dança fala da ferrovia e tem como trilha "Trem do Pantanal"

Elverson Cardozo | 17/04/2015 06:45
Espetáculo será encenado no Armazém Cultural. (Foto: Grupo Funk-se)
Espetáculo será encenado no Armazém Cultural. (Foto: Grupo Funk-se)

“TemTrem?” Este é nome do mais novo espetáculo do grupo de dança Funk-se, de Campo Grande, que será apresentando de graça, neste sábado (17) e domingo (18), às 20h30, no Armazém Cultural. O título é sugestivo e a escolha do espaço para as apresentações permite uma associação imediata, que remete à época em que as locomotivas ainda apitavam por essas bandas.

Durante uma hora, 12 dançarinos e 2 crianças, que farão participações especiais, vão voltar ao tempo para contar a história da ferrovia que passou pela Capital e, depois de anos, foi embora deixando lembranças e saudade. A trilha sonora é eclética.

Inclui música caipira, de raiz, mas também tem solos de piano, eletrônica, polca paraguaia, lounge e, claro, o “Trem do Pantanal”, de Almir Sater, que está presente do início ao fim e, por isso, é anunciada como a canção mais marcante.

O diretor e coreógrafo do grupo, Edson Clair, explica que o projeto do “TemTrem?” nasceu das próprias memórias afetivas. “Sou filho, neto e sobrinho de ferroviários. Passei minha infância e adolescência andando de trem, vivendo o universo da ferrovia, brincando nos trilhos”, diz. “Mas não é um espetáculo não é autobiográfico”, avisa.

A ideia era apresentar ao público em junho, pela Fundac (Fundação Municipal de Cultura), durante as comemorações do centenário, mas não foi possível. De lá para cá, se passaram 10 meses, tempo de sobra para deixar tudo mais ajustado.

Prometendo um espetáculo marcante, o coreógrafo afirma que a história da ferrovia será contada em três partes: “antes do trem, que é para situar as pessoas do que era isso aqui antes, o período com o trem, e a terceira fase, que é a da saudade”, diz.

Ensaio. (Foto: Divulgação/Grupo Funk-se)
Ensaio. (Foto: Divulgação/Grupo Funk-se)

“Também vamos fazer uma relação entre as danças urbanas de hoje as origens dessas danças”, completa. Os dançarinos não vão estar com roupas de épocas, mas vão usar acessórios para marcar a passagem do tempo. Como o tema é muito abstrato, comenta, os artistas tiveram que trabalhar bastante a a expressão corporal.

Isso ficou a cargo do ator, diretor, dramaturgo e compositor coreográfico Jair Damasceno. “Ele imprime dramaturgia na movimentação”, comenta. Mas há outros recursos, como o video mapping, técnica que permite a projeção vídeo e fotos em objetos ou superfícies irregulares.

“É quase 3D. O espetáculo conta com colagens de várias cenas e a gente usa o recurso visual para o entendimento da história. Para a década de 40, por exemplo, tem referências à Segunda Guerra Mundial, que começou em 45, e aos sacos de café e de erva que eram transportados pelos trens”, esclarece.

A última fasem, a da saudade, promete ser a mais tocante. “Os dançarinos se emocionam muito porque, neste momento, eu pedi a eles que pensassem na vida deles como um trem e nas estações como fases. Isso mexe, né? A gente quer trabalhar muito com a emoção, tocar as pessoas mesmo”, declara.

O TemTrem é financiado pelo FMIC (Fundo Municipal de Investimentos Culturais), de 2013.

Serviço – O Armazém Cultural fica na Avenida Calógeras, 3065, próximo à Feira Central de Campo Grande.

Assista ao teaser do TemTrem.

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