Julia transformou seus cães Sushi, Shoyu e Sobá em quadrinhos

Quando Júlia Bruno Mello desenhou sua primeira tirinha aos 12 anos, mal podia imaginar que, anos depois, seus próprios cachorros seriam os protagonistas de um universo cômico e afetuoso que conquistaria leitores de todo o país. Hoje com 28 anos, a ilustradora, quadrinista e diretora de arte vive da própria arte, literalmente, e transforma o caos, as alegrias e as maluquices de seus três lulus da Pomerânia em histórias hilárias.

Nascida em São Paulo e criada em Campo Grande, Júlia cresceu cercada por gibis da Turma da Mônica, Mickey e Pato Donald. Desde pequena, desenhava piadas para ver os outros rirem. “Amava o quentinho que deixava no meu coração de criança”, conta. Sua primeira personagem foi uma barata sapateadora chamada Baratinoza. Aos 10, já criava tirinhas com seus bichinhos virtuais do Neopets. E aos 12, publicou pela primeira vez no Correio Infantil, com a personagem Melan Cólica, uma coautoria com sua avó, psicóloga e escritora.

A artista seguiu carreira no desenho, estudou animação e trabalhou em projetos para livros didáticos e marcas como a Petz. Hoje é diretora de arte em um estúdio de animação e, nas horas vagas, comanda o trio de cachorros que virou quadrinho: Sushi, Shoyu e Sobá.

A ideia das Pompomtiras nasceu de um momento delicado. Em 2022, enfrentando o luto pela perda do avô, Júlia decidiu adotar um cachorro. Ou melhor, dois: Sushi e Shoyu. “Eles comiam a parede, o rodapé, faziam xixi por toda parte. Minha vingança era transformar as traquinagens em tirinhas postadas nas redes”, relembra.

O terceiro integrante, Sobá, chegou só em 2025, derretendo o coração do marido, Gabriel – personagem frequente nas tirinhas e ex-opositor ferrenho da ideia de ter mais um cachorro. “Hoje ele é apaixonado pelo Sobá, que ganhou esse nome em homenagem ao prato tradicional de Campo Grande, nossa cidade do coração.”

Os três cachorros viraram personagens fixos. Sushi é a irmã gêmea maligna e controladora. Shoyu, o coitadolândio briguento. E Sobá, o pacífico e sorridente bebê reborn, que parece de pelúcia.

Lançado inicialmente como “Sushi e Shoyu – Histórias Engraçadinhas”, o projeto cresceu e agora se prepara para ganhar um almanaque de 152 páginas, reunindo as tirinhas do trio sob o título oficial de Pompomtiras. A campanha de financiamento coletivo está no ar até o dia 15 de agosto de 2025, pelo Catarse, com uma meta de R$ 8 mil. Quem apoiar, recebe o livro com brindes exclusivos, como adesivos holográficos, marcadores, postais e até encomendas personalizadas de pets.

“Quero levar entretenimento diretamente às mãos das pessoas. Cada tirinha é um pedacinho da minha vida, com muito amor e referências ao jeito campo-grandense de ser”, diz Júlia, que faz questão de incluir expressões locais e memórias da cidade nas histórias. “Campo Grande vive em mim. E vive nas Pompomtiras.”

Apesar dos desafios financeiros da vida de artista, Júlia é direta: “É possível viver de arte sim. Comprei minha casa com dinheiro da arte!”. Para quem sonha com o mesmo caminho, ela aconselha: estude, planeje, crie comunidade e, principalmente, acredite em si. “Arte é fuga, é luta e é expressão da alma.”

Além de seguir criando, Júlia sonha em transformar as Pompomtiras em animações curtas para redes sociais. E, no futuro, usar parte dos lucros com os quadrinhos para apoiar ONGs que cuidam de animais vítimas de abandono e maus-tratos. “Tenho três cachorros da raça spitz e sei da importância de adoção responsável. Quero retribuir o carinho que esses bichinhos me dão, ajudando outros.”

Acompanhe o Lado B no Instagram @ladobcgoficial, Facebook e Twitter. Tem pauta para sugerir? Mande nas redes sociais ou no Direto das Ruas através do WhatsApp (67) 99669-9563 (chame aqui).

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para entrar na lista VIP do Campo Grande News.