“Cãoterapeuta”, Golias se despede após dedicar metade da vida a crianças

“Cãoterapeuta” durante quase toda a vida adulta, Golias partiu nesta quarta-feira (27), vítima de um câncer. O golden retriever de 15 anos, já estava aposentado da missão há cerca de quatro anos, mas vez ou outra ainda mostrava a que veio ao mundo: arrancar sorrisos fáceis de crianças com paralisia cerebral. Nos últimos meses esteve muito doente e descansou nos braços das três “mães”.

De acordo com uma das voluntárias do projeto social “Cão Herói, Cão Amigo”, do Corpo de Bombeiros, a médica veterinária Aline Harada, Golias era um dos “mascotes” numa clínica que trabalhou e foi ela quem intermediou a negociação da “guarda compartilhada” do golden entre a dona do estabelecimento, Cristiane Knauer, e a profissional de educação física, Mônica de Araújo, de 34 anos, voluntária no mesmo programa.

Aline narra, ainda, que foi o cão que escolheu a profissão e a casa em que ia morar. “A Cris ganhou o Golias quando ele era bebê e a Mônica é minha melhor amiga. Ela estava sem o cão de companhia e começou a levar o Golias para as missões. Ele começou a pedir para não ficar na clínica, puxava a guia, não queria entrar. Por isso, ele morou a maior parte da vida com a Mônica e toda a assistência era dada pela Cris”.

O golden foi “cão-bombeiro-voluntário” até o início da pandemia. Estava idoso, tinha dificuldade de se sentar e se levantar nas brincadeiras com as crianças e, por isso, se aposentou. “Nos últimos seis meses, a gente descobriu um câncer na boca, ele passou por três cirurgias, mas ontem tivemos de optar pela eutanásia”, lamenta Aline, que é cardiologista e geriatra de animais, e cuidou de Golias ao lado de Cristiane, que por ironia do destino, é veterinária especialista em Oncologia.

Para a veterinária, ele cumpriu seu destino. “Lindamente, ele cumpriu a missão dele na Terra”.

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