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Comportamento

Com 15 anos de tradição, festa junina dos Moura é encontro de celebração do amor

Devotos de Santo Antônio, celebração começou por conta do casamento dos pais

Thaís Pimenta | 19/06/2018 07:45
15ª edição da Festa Junina aconteceu no último sábado e contou com cerca de 300 convidados. (Foto: Thaís Pimenta)
15ª edição da Festa Junina aconteceu no último sábado e contou com cerca de 300 convidados. (Foto: Thaís Pimenta)

Já são 15 anos de Festa Junina da família Moura. A comemoração para celebrar o amor de Zé Moura e Maria Moura, que se casaram no Dia de São João, há 62 anos, em São Paulo, acabou virando tradição em família.

Do município de Crato, no Ceará, a história dos dois rumou para o mesmo canto e deu origem a uma linhagem de oito filhos. Semelhante à trajetória de outros nordestinos, saíram da terra natal em busca de uma vida melhor nos grandes centros. Nessa ânsia, acabaram se conhecendo e migrando mais uma vez, só que para Mato Grosso do Sul, em Deodápolis.

Acolhedores, os paizões de Zuleide, Zenaide, Zilda, Zilma, José Alves, Luís, Demilson e Francisco, escolheram o dia 13 de junho para se casarem justamente por ser o dia de Santo Antônio. A data deu sorte ao casamento e resultou em um relacionamento de mais de seis décadas, que só teve um fim com a morte de Maria, há 3 anos.

A maior parte dos filhos escolheu a devoção ao santo que abençoou os Moura. E em comemoração ao começo de tudo, ao amor dos pais e à fé, deram prosseguimento à festa junina, chamada carinhosamente por ele de "festa do amor", pois celebra todas as formas do sentimento.

Baião de dois é prato obrigatório.  (Foto: Thaís Pimenta)
Baião de dois é prato obrigatório. (Foto: Thaís Pimenta)

José Alves é um dos filhos que assumiu pra si a responsabilidade do arraial. Ao lado de sua esposa, Márcia Moura, ele conta que a festa começou nos fundos da casa dos pais e, conforme o tempo foi passando, mais e mais amigos eram convidados até que o espaço ficou pequeno demais para tanta gente.

Já são sete anos de festa em salões de festa. A 15ª edição do arraial aconteceu no último sábado (16) e reuniu cerca de 300 pessoas. "É um momento que envolve toda a família. Cada um prepara uma coisa e a gente está a postos às 16h para receber nossos amigos".

Mas nem sempre foi assim. "No começo dessa comemoração mamãe era quem fazia tudo pra receber a família. Depois, conforme fomos convidando nossos amigos, começamos a pedir para cada convidado levar o que fosse comer. Agora a gente serve a todos mas cobra uma taxa de R$ 15,00 para pagar o aluguel do espaço e para doar a uma instituição de caridade, distribuindo todo esse amor celebrado a outras pessoas".

Com milho verde, pipoca e caldo de feijão de graça, a festa resgata também os pratos típicos das festas do nordeste, como baião de dois, cuscuz e baião de dois, mas é preciso pagar por eles, assim como pelos pasteis e doces juninos. 

A instituição escolhida para receber a arrecadação de verba feita por meio da cobrança da entrada e dos pratos foi o Instituto Iappec.

Forró é ritmo obrigatório nesses 15 anos de Arraial dos Moura. (Foto: Thaís Pimenta)
Forró é ritmo obrigatório nesses 15 anos de Arraial dos Moura. (Foto: Thaís Pimenta)

E como não poderia faltar, a música rolou solta com o Trio de Forró Cutuca e Onça, além do sertanejo Allan Ferruci. "Desde a primeira edição nossos pais faziam questão do forró e dos ritmos nordestinos presentes. Quando mamãe já estava mais debilitada, sem conseguir andar, ela ficava sentada batendo palminha no ritmo do forró", comenta a a filha Zuleide.

Da tradição cearense se manteve também as brincadeiras temáticas, como a pescaria. Inclusive, quem estava comandando o "pesqueiro" era do arraial era Zuleide. "A gente fica aqui com a maior prazer", diz.

O paizão também já debilitado não consegue mais curtir a festança aos lado dos filhos, mas a alegria que ronda a comemoração chega a Zé todos os dias, com o carinho que recebe da família. "Infelizmente ele está em uma cadeira de rodas e não tem conseguido mais participar mas a gente curte por ele e conta tudo depois", finaliza a nora, Márcia.

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Zuleide foi a filha responsável pela pescaria. (Foto: Thaís Pimenta)
Zuleide foi a filha responsável pela pescaria. (Foto: Thaís Pimenta)
José Alves e Márcia, sua esposa. (Foto: Thaís Pimenta)
José Alves e Márcia, sua esposa. (Foto: Thaís Pimenta)
Imagem de Santo Antônio dá boas vindas aos convidados. (Foto: Thaís Pimenta)
Imagem de Santo Antônio dá boas vindas aos convidados. (Foto: Thaís Pimenta)
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