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Comportamento

Do troca-troca de emprego, Eber curou a depressão como “Boy das Unhas”

Com agenda cheia, trabalho detalhista faz clientela o seguir até quando muda de endereço

Danielle Valentim | 21/11/2019 07:48
Trabalho de Eber, o "Boy das Unhas", é impecável e idênticos às fotos, segundo clientes. (Foto: Paulo Francis)
Trabalho de Eber, o "Boy das Unhas", é impecável e idênticos às fotos, segundo clientes. (Foto: Paulo Francis)

Até que ponto nossas tentativas em “dar certo” no mercado de trabalho nos levam? Antes de se tornar o "Boy das Unhas", Eber Medeiros, de 33 anos, encheu uma Carteira de Trabalho com registros e usou remédios para dormir por cinco anos. Durante as tentativas de se encontrar, a paixão por trabalhos manuais o direcionou à área da beleza, que agora mantém sua agenda lotada e a saúde em dia.

De vendedor de móveis a pacotes turísticos na Bahia, Eber já fez de tudo um pouco, inclusive vender doces caseiros, uma de suas especialidades. Mesmo embarcando nas mais diversas áreas, algo não estava completo e o mergulho nos alongamentos de unha ganhou um empurrãozinho de uma prima.

Antes de deixar o último emprego registrado em uma empresa de telefonia, Eber pensou em fazer um curso para barbeiro, segmento que em 2017 também estava bombando. Mas com a ajuda da familiar aprendeu a fazer o alongamento de unhas.

Se vendendo como "Boy das Unhas", tem cliente que nem sabe o nome de Eber. (Foto: Paulo Francis)
Se vendendo como "Boy das Unhas", tem cliente que nem sabe o nome de Eber. (Foto: Paulo Francis)

“Minha vontade naquela época era sair de Campo Grande, pensei em fazer o curso de barbeiro. Mas minha prima sugeriu que eu fizesse o de unha, ela já enxergava meu talento para a coisa, porque sempre fui detalhista. Eu estava sem dinheiro para investir e ela disse para eu comprar os materiais e me ensinou. De início odiei, mas aí, a outra prima Aline Monteiro, que tinha um espaço de beleza na Vila Nhanhá permitiu que eu fizesse a manutenção na unha dela para eu tirar algumas dúvidas e começou a me lapidar. Eu desisti algumas vezes, comprei cursos, voltei a trabalhar de carteira registrada, até sair definitivamente do emprego e focar na unha”, explica.

Nesse período, Eber precisou se aperfeiçoar, já que até o tempo de produção era muito longo. Após muita prática e insistência, Eber chegou a trabalhar em um salão do Centro de Campo Grande, onde conquistou o apelido e clientes que o acompanham até hoje.

Uma das admiradoras do trabalho de "Boy das Unhas" é a advogada Tânia, que o acompanhou na mudança de endereço.

Na manutenção, a unha é inicialmente lixada. (Foto: Paulo Francis)
Na manutenção, a unha é inicialmente lixada. (Foto: Paulo Francis)
Unha recebe protetor. (Foto: Paulo Francis)
Unha recebe protetor. (Foto: Paulo Francis)
Aplicação da fibra de vidro. (Foto: Paulo Francis)
Aplicação da fibra de vidro. (Foto: Paulo Francis)
Unhas no processo de secagem. (Foto: Paulo Francis)
Unhas no processo de secagem. (Foto: Paulo Francis)

“Eu já frequentava o salão do Centro e acompanhava o trabalho dele de longe. Tinha medo da técnica porque sempre tive as unhas muitos bem feitas e o receio de adquirir um fungo adiou a nova experiência. Até que falei com ele pelo Instagram e tirei todas as dúvidas. Ele me passou confiança e já estou na quinta manutenção. Ele é extremamente detalhista. E o trabalho semelhante ao natural é o que me conquistou”, garante.

“Antes do apelido de Boy das Unhas eu usava o nick do Instagram como @fibrasdevidrocg, mas quando coloquei @boydasunhas todo mundo gostou muito. Tem clientes que nem sabem meu nome, só me chamam de Boy das Unhas”, completa.

A primeira técnica aprendida, em maio de 2017, foi o alongamento com fibra de vidro e, desde então, foi o primeiro amor. “Eu estava numa fase bem depressiva quando comecei a fazer. Eu tomei medicação para dormir por cinco anos e essa profissão me despertou muitas coisas e me livrou da ansiedade. Antes disso eu trabalhava com vendas e cheguei a pedir a pedir a segunda via da carteira de trabalho, porque enchi a primeira. A profissão mudou a minha saúde”, conta.

Para quem não sabe, as unhas são criadas com filamentos de fibra de vidro que dão suporte ao alongamento. O procedimento começa com o lixamento de todas as unhas, aplicação de gel e a fibra. Como são transparentes e modeladas sobre as unhas, o acabamento é o mais natural entre os alongamentos.

Vale ressaltar que a unha de fibra de vidro é uma invenção brasileira da manicure Leni Azeredo, patenteada há anos.

Eber está há dois anos no mercado e, além do capricho que arrasta clientes por Campo Grande, chegar para fazer a unha e se deparar um homem faz toda a diferença, afinal, se trata de uma área dominada por mulheres.

“Nunca teve preconceito e a maioria das minhas clientes vêm por eu ser homem. Segundo elas, o profissional masculino faz o que a cliente pede e não o que acha que ficará bonito. Eu precisei de muita dedicação e deu certo”, conta.

Eber também é instrutor no curso de alongamento de unhas da Embelleze da Afonso Pena. Ele atende na Avenida Bandeirantes, 1507. Acompanhe o trabalho de Eber no Instagram @boydasunhas

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