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Comportamento

Ele abandonou informática e ensina como sexo vai além do orgasmo

Terapeuta tântrico mudou de vida, fala sobre a prática e a forma como ela impacta a vida das pessoas

Jéssica Fernandes | 03/03/2022 07:55
Mukto é terapeuta tântrico há oito anos e realiza cursos sobre a prática. (Foto: Arquivo pessoal)
Mukto é terapeuta tântrico há oito anos e realiza cursos sobre a prática. (Foto: Arquivo pessoal)

Há oito anos, Wagner Pereira, de 47 anos, deixou para trás a vida de técnico de informática e decidiu seguir carreira como terapeuta tântrico. Em entrevista ao Lado B, Mukto, como é conhecido, explicou sobre a massagem tântrica e a mudança que ela causa no cotidiano das pessoas.

Muito além de técnica, a massagem tântrica é um estilo de vida e uma jornada que não foca somente no campo do prazer. Podendo ser realizado ao lado de um parceiro, em grupo ou individualmente, as aulas proporcionam um verdadeiro processo de autoconhecimento, rompimento de tabu e melhora no repertório sexual.

A experiência do tantra, como resume o terapeuta, é um convite ao exercício da liberdade. “O tantra não vai te dizer o que você tem que fazer, ele estimula a sua liberdade”, afirma. O curso de massagem tântrica é respaldado nas etapas de respiração, movimentos e práticas de som. Durante as aulas, as pessoas aprendem técnicas de estimulação corporal com base nos ensinamentos dessa filosofia e prática milenar.

De acordo com Mukto, depois de iniciar a prática do tantra, ele descobriu o quanto dificultava as relações com outras pessoas.

Eu complicava minhas relações de amigos, família, com todos. Eu tornava complexo algo e com o tantra, aprendi a ser simples”, conta.

Outro fator que implica na prática do sexo tântrico é o respeito com o próprio corpo e o do próximo. Além desse, o terapeuta menciona outras duas questões importantes para o exercício. “Olhar para o corpo de outra pessoa no sentido de respeito, tempo de qualidade e preparar as emoções”, fala.

Ao decorrer da carreira, o terapeuta relata que diversos alunos e alunas já o procuraram com expectativas e visões diferentes sobre a massagem tântrica. Por essa razão, ele esclarece que o tantra não pode ser resumido a orgasmos e ejaculação. “Se você está conduzindo uma pessoa no tantra, estamos falando de energia e processos. Eu procuro comparar o orgasmo com a aurora boreal, porque é a natureza, o orgasmo é um presente da natureza feminina”, ressalta.

Ele recorda que, há alguns anos, uma aluna procurou a massagem tântrica, pois queria descobrir o prazer. No fim da experiência, ela percebeu que, na verdade, precisava de outra coisa. “Uma mulher me trouxe essa demanda do prazer, mas no  fim das contas, ela estava em busca de um relacionamento, ela nunca teve alguém que segurou a mão dela”, diz.

A experiência delas - Caroline Lima, de 42 anos, começou o tantra em 2017 e, desde então, não abdicou da prática. A princípio, ela não estava procurando nada específico, porém acabou mudando a forma como enxergava a própria vivência. “Eu fiquei muito impactada com tudo que vivi na primeira sessão, foi uma experiência muito forte”, revela.

Atualmente, Caroline confessa viver de forma mais receptiva às experiências do cotidiano e valorizar o tempo presente. “O tantra mudou totalmente o meu ponto de vista de ver a vida e fez um zoom na minha cabeça. A energia da vida vibra por todo o corpo, tudo vai fluindo, mais aberturas e menos julgamentos. Viver o presente momento são algumas coisas que notei que mudaram em mim”, comenta.

Para Jaqueline*, de 42 anos, o tantra surgiu num momento onde ela estava se sentindo desmotivada, sem energia e criatividade. Em razão disso, o relacionamento dela passava por uma fase de estagnação. Depois de iniciar a prática, ela esclarece que conseguiu retomar a vida romântica com o seu parceiro. “Meu relacionamento com meu marido agora tem mais conexão e me sinto muito mais livre pra ser quem eu nasci pra ser”, diz.

Além da melhora na vida afetiva e sexual, ela garante que o tantra possibilitou a ruptura de concepções enraizadas.

Sendo mulher, a gente já nasce numa sociedade com foco completamente masculino. Isso cria muitos tabus em torno das relações, principalmente no âmbito sexual. O tantra vem pra quebrar todos esses paradigmas”, frisa.

Ela revela que ainda está no processo de aprendizagem com o tantra e realizando descobertas sobre si e o mundo. “Não é simples, requer esquecer muitos preconceitos, padrões e ressignificar tudo aquilo que é convencional. Estou ainda caminhando, mas vale a pena. Tantra é energia, conexão e um profundo sentimento de amor para consigo mesmo e com o mundo”, conclui.

Quem estiver interessado em saber mais sobre a massagem tântrica, o terapeuta Mukto irá realizar um curso em Campo Grande dos dias 7 a 11 de abril. O contato é (11)  99923-9554.

*Jaqueline é um nome fictício criado para preservar a identidade da personagem.

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