Para escapar da rotina, casal fez da kombi Madalena um quintal móvel

Na garagem do bairro Coronel Antonino, mora uma Kombi amarela que tem até nome de batismo. Para buscar Madalena, o casal de corretores de imóveis Sirley Ferreira, 59, e Célio Roberto, 54 anos, precisou ir até o Rio Grande do Sul pegar o novo quintal móvel. Para eles, a Kombi é a porta de entrada para a liberdade que os dois tanto sonharam em viver, sempre que sobra um tempinho da rotina, claro.

Com carro estacionado no evento de motorhomeiros e campistas, em Campo Grande, eles contam que foi com um convite despretensioso que tudo começou. Um amigo ofereceu a própria Kombi para que eles fizessem uma viagem até Bonito. O que era só um passeio para relaxar virou uma ideia promissora para o projeto em dupla que começou há quase dois anos.

“A gente ama, é muito boa. Nós fomos parar nessa, como diz, de um estilo de um motorhome através de um amigo nosso que tinha uma Kombi. E aí a gente veio arrumando ela, mexendo, colocando do nosso jeito. Depois que nós pegamos ela, nós já fizemos acho que umas seis ou sete viagens, todas no Brasil. Ainda não saímos, mas queremos em breve”, conta Sirley.

De acordo com o casal, o veículo que eles chamam carinhosamente de Madalena custou R$ 45 mil na época, e hoje, depois dos reparos, está avaliado em quase o dobro.

Ali, o valor mesmo está nos detalhes. O sofá que vira cama, os armários embutidos, o banheiro pequeno (mas funcional), o climatizador, a placa solar e a sensação de que o mundo, agora, é o quintal deles. “Hoje, meu quintal pode ser uma praia. Amanhã, uma cachoeira. A gente escolhe”, diz Célio.

Com sorriso de quem entendeu que viver bem nem sempre tem a ver com espaço, mas com tempo, Sirley explica que o nome da Kombi foi dado pelo filho e que ela chama atenção por onde passa por ser amarela.

A cor que veio de fábrica foi mantida por puro carinho. “A gente padronizou tudo. Achei fofo”, ela comenta, enquanto mostra os detalhes internos do carro, que mais parece uma casa compacta sobre rodas.

Ainda em atividade como corretores, os dois dizem que falta pouco para viver 100% na estrada.

“O projeto é daqui uns 5 anos largar tudo para poder viajar mais. Temos que juntar dinheiro. Na estrada, hoje a gente ainda tem pressa, mas tem muitos que andam bem devagar, não têm horário para voltar ou dia. Nós ainda temos porque estamos na ativa ainda”, conta Sirley.

Por enquanto, quem assume a direção é Célio. Ela comenta que não teve coragem para dirigir a Kombi ainda, por estar acostumada com carro com direção automática.

“Não tive a experiência de pegar ainda, não consegui por causa da marcha”, confessa ela, mas a vontade de dirigir a Amarelinha já está engatada".

Para quem ainda pensa que um motorhome é caro demais ou apertado demais, eles respondem com simplicidade: “Liberdade não tem preço. O espaço a gente cria. Onde quiser é só parar e estamos em casa.”

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