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Comportamento

Sem arrependimento na vida, senhorinha chega aos 100 anos melhor que a gente

Paula Maciulevicius | 19/10/2015 06:49
Aniversariante entre os filhos, netos e bisnetos. (Foto: Simão Nogueira)
Aniversariante entre os filhos, netos e bisnetos. (Foto: Simão Nogueira)

A decoração era toda cor de rosa e no centro, o bolo trazia a velinha centenária. Dona Petrona Izabel chegou ao 100 sem arrependimentos na vida. Irmãos, filhos, netos, bisnetos e sobrinhos compunham as 150 pessoas da festa. O sábado todo foi dedicado à ela. As pernas já não aguentam tanta idade e por isso a senhorinha não saía do sofá, os assentos ao lado dela eram disputadíssimos. E entre abraços e parabéns, a gente até conseguiu conversar com ela.

"São 100 anos bem vividos minha filha". Apesar da audição ir ficando para trás e da música ao vivo em alto e bom som, dona Izabel escuta e consegue responder tudinho. Não sente dor, a memória às vezes falha, mas ainda pouco perto da idade. Com "saúde de ferro", do que mais se orgulha é ter criado e formado os três filhos sozinha depois de ter ficado viúva aos 30 anos, com todos eles pequenos.

"Não me arrependo de nadinha, não tem nada que eu lembre com rancor. Não sinto dor, ainda cuido dos meus filhos e netos, mas mais eles de mim. Toda vida fui assim, acho que o segredo é se dar bem com a família e as amizades que eu tenho", enumera.

"São 100 anos bem vividos minha filha", dizia senhorinha. (Foto: Simão Nogueira)
"São 100 anos bem vividos minha filha", dizia senhorinha. (Foto: Simão Nogueira)

Dona Petrona Izabel Afonso Echeverria é de sangue paraguaio, nascida em Bela Vista, foi merendeira em escolas de Aquidauana, onde se aposentou. A vida dela, assim com a sua longevidade serve de exemplo e arranca sorrisos e lágrimas.

"Eu fico emocionada, é um enorme prazer tê-la com a gente. A experiência de vida dela é um exemplo, sempre cuidou da família sozinha", descreve a neta Maria Auxiliadora Echeverria.

Filha caçula da aniversariante, Eulália Echeverria, de 67 anos, diz que era certo que Izabel chegaria e até passaria dos 100. "A gente tinha essa certeza, meu avô viveu até os 105, a mãe passou dos 100. É o sangue paraguaio", acredita a irmã.

No bolo estava a velinha de 100 anos. (Foto: Simão Nogueira)
No bolo estava a velinha de 100 anos. (Foto: Simão Nogueira)

O que mais dona Izabel ensinou e que com certeza nunca se arrependeu foi de dispensar a atenção a quem precisava. Legado que ela deixa para que filhos e netos sigam.

"Com ela aprendi a ajudar as pessoas que estavam passando por necessidade, minha mãe não teve uma vida fácil, mas dividia o que podia", conta filha mais velha, Luiza Echeverria, de 71 anos.

E para a comemoração veio até gente de fora. Uma sobrinha do Paraguai e outra dos Estados Unidos. "Com certeza é uma felicidade muito grande hoje a gente viver a longevidade assim, nem todas as famílias podem", comenta a sobrinha vinda do país vizinho, Celiane Rodrigues, de 51 anos.

A chegada do aniversário da tia casou com as férias e a sobrinha Conceição Kelly, de 72 anos, pode vir dos Estados Unidos. "Estar junto da família assim é muito especial para comemorar. Não sei o que pode ser segredo, mas acho que está na vida simples que ela levou, ser simples".

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