Festival Cerrado Alternativo celebra um ano de resistência musical
Enquanto boa parte da cena musical local segue orbitando os covers de sempre ou os hits radiofônicos, há um pedaço da cidade onde a pluralidade sonora segue em expansão autoral, independente e, acima de tudo, persistente. É o caso do Festival Cerrado Alternativo, que no próximo dia 6 de junho celebra seu primeiro ano de vida no Buteco do Miau, com a 6ª edição do evento.
A proposta, que começou pequena e meio na raça, hoje ocupa um lugar importante no calendário para quem busca ouvir música que não costuma tocar no circuito comercial. Rock, polca paraguaia, samba, ritmos afro-colombianos, afro-brasileiros e toda uma mistura de sons e influências se encontram ali, em noites onde a regra é a autenticidade.
Nesta edição comemorativa, sobem ao palco Dovalle, Vozmecê e Projeto Kzulo, nomes que carregam o DNA da cena autoral sul-mato-grossense e que ajudam a manter viva uma fatia da produção musical da cidade que, muitas vezes, não encontra espaço fácil para se apresentar.
Karla Velasco, produtora do festival, resume bem o espírito da coisa: "É resistência. É som autoral no palco. É cena pulsando." No cenário atual, onde eventos independentes enfrentam todo tipo de obstáculo, chegar a um ano com edições lotadas já é, por si só, um sinal de que o público tem sede de novidade.
Para o multi-instrumentista Pedro Fattori, do Duo Vozmecê, a importância vai além do palco: "É um dos poucos espaços realmente pensados para a cena autoral da cidade. E isso reverbera."
Com ingressos a R$ 15 (revertidos aos músicos), a noite é menos sobre lucro e mais sobre manter o movimento vivo. Quem for, certamente ouvirá sons que não se escutam todo dia e talvez esse seja o interessante.
O Buteco do Miau fica na Av. José Nogueira Viêira, 1303 - Tiradentes E o evento será no dia 6 de junho, a partir das 20h.
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