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Meio Ambiente

Construção de ponte sufoca o Rio Aquidauana com terra e sedimentos

Muitas árvores também foram cortadas da mata ciliar, mas Imasul afirma que intervenção está regular

Por Ketlen Gomes | 20/08/2025 16:04

A construção de uma ponte sobre o Rio Aquidauana, dentro das obras de implementação da BR-419, tem causado apreensão entre moradores e ambientalistas. A principal queixa é o grande volume de sedimentos depositados no leito do rio, o que levanta dúvidas sobre o método utilizado.

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A construção de uma ponte sobre o Rio Aquidauana, parte das obras da BR-419, gera preocupação entre moradores e ambientalistas devido ao grande volume de sedimentos depositados no leito do rio. O método construtivo utilizado, que envolve o uso de terra para instalação de vigas, tem sido questionado quanto aos seus impactos ambientais. A ponte de concreto armado terá 397 metros de extensão e integrará a BR-419, conectando Rio Verde de Mato Grosso a Jardim. O Imasul informou que a obra possui licença de instalação regular, e a Polícia Militar Ambiental, após vistoria, não constatou irregularidades, mas manterá o monitoramento das atividades.

Em vídeo divulgado nas redes sociais, Alex Mello, diretor-executivo do Gabinete da Prefeitura de Aquidauana, disse que o acúmulo de terra no rio chamou sua atenção e também despertou questionamentos da população.

O vídeo mostra o trabalho de caminhões e tratores, que vão até praticamente o meio do rio, além do fim da mata ciliar, com um grande volume de árvores cortadas próximas, que serviriam para conter a terra que desce em dias de chuva.

“Muitos estão indagando se isso não prejudicaria o rio, causando um impacto ambiental. Será que, depois da obra vão voltar o curso do rio normalmente? São perguntas que precisam ser respondidas para acalmar a todos que defendem nosso rio e meio ambiente”, afirmou.

A ponte será de concreto armado e terá 397 metros de extensão. O projeto integra as obras previstas para a BR-419, que ligará o entroncamento da BR-163, em Rio Verde de Mato Grosso, até Jardim, passando por Aquidauana e Nioaque.

Construção de ponte sufoca o Rio Aquidauana com terra e sedimentos
Terra invade parte do Rio Aquidauana para construção de ponte e alarma moradores. (Foto: Reprodução)

Um ambientalista ouvido pela reportagem, que preferiu não se identificar, reforçou a preocupação de pescadores com o assoreamento do rio. “Colocaram um volume muito grande de terra. O método construtivo foi encher o rio para instalar as vigas”, criticou.

A licença de instalação concedida pelo Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) exige uma série de medidas que visam diminuir os impactos ambientais causados pela obra, como a criação de um Plano Ambiental de Construção e o controle de processos erosivos e de assoreamento, que preveem programas específicos para evitar a erosão e a deposição de sedimentos no rio, que é justamente a principal preocupação da população com o método de construção.

Em nota, o Imasul informou que a obra possui licença de instalação regularmente emitida e que a PMA (Polícia Militar Ambiental) realizou vistoria no local e não constatou irregularidades até o momento. O órgão destacou ainda que continuará acompanhando os trabalhos e poderá adotar medidas, caso sejam identificadas práticas que causem impactos ambientais adversos.

A reportagem também entrou em contato com a PMA e o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), mas até a publicação da matéria não obteve resposta. O espaço segue aberto para pronunciamento.

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