Deputados estaduais divergem sobre pacote de ações de Dilma
Os deputados estaduais tiveram opiniões e atitudes diferentes sobre o pacote de ações que a presidente Dilma Rousseff (PT) apresentou ontem em Brasília aos prefeitos e governadores. Aqueles que se colocaram contrário a presidente, destacaram que a reforma política deve surgir do Congresso Nacional e não de plebiscito. Já os que defendem Dilma, ressaltaram que esta reforma está há muito tempo “parada”em Brasília e até hoje os deputados e senadores não chegaram a um entendimento.
O deputado estadual Pedro Kemp (PT) destacou que este “pacto nacional” mostra que o governo federal quer discutir as melhorias no serviço público. “São ideias que podem ser concretizadas, apesar de ter algumas polêmicas, ela (presidente) mostrou que não vai ficar parada vendo a insatisfação da população”, ressaltou ele. Segundo o petista, as propostas já haviam sido colocadas em pauta antes da manifestação. “Ela desonerou impostos como Cofins e PIS/Pasep e sugeriu o recurso do pré-sal para educação, antes do clamor popular”, indicou.
Já Amarildo Cruz (PT) relembrou que estas ações são defendidas pelo partido (PT) há muito tempo e que a reforma política é imprescindível no país. “O tratamento rigoroso com a corrupção, assim como a reforma são respostas essenciais àqueles que foram as ruas”, destacou. Junior Mochi (PMDB) acredita que estas ações devem ser analisadas, mas elogiou a postura da presidente. “Ela demonstrou que se preocupou com os protestos, teve vontade política para discutir questões difíceis”, ponderou.
Ato ilegal – Para o deputado estadual Marquinhos Trad (PMDB), algumas propostas da presidente, como a reforma política por meio de plebiscito específico, são ilegais e divergem da Constituição Federal. “Se existe um dispositivo legal por meio de projeto no Congresso, como vai provocar um plebiscito? Isto é uma afronta à constituição”, ressaltou. Já o professor Rinaldo (PSDB) lembrou que Dilma (Rousseff) tem a maioria na Câmara e no Senado e se quisesse acionava a base e votava as reformas necessárias. “Ela poderia ter aprovado antes, até em uma semana”, destacou.
O tucano ainda salientou que a população quer respostas imediatas aos serviços essenciais, como educação, saúde e segurança. “Reforma política deve ser feita a médio e longo prazo, não por meio de plebiscito”, explicou.