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Política

Em 7 anos, 4 mil médicos da prefeitura foram contratados por telefone

Ângela Kempfer e Jéssika Benitez | 27/06/2013 15:55
Secretário na tarde de hoje, em audiência da CPI. (Fotos: Cleber Gellio)
Secretário na tarde de hoje, em audiência da CPI. (Fotos: Cleber Gellio)

A CPI da Saúde na Assembleia Legislativa abriu a audiência desta tarde com informações que mostram o improviso na administração do setor em Campo Grande. Segundo os membros da comissão que investiga denúncias de irregularidades, em 7 anos, cerca de 4 mil médicos foram contratados de maneira informal “por telefone”.

“Se precisava de algum especialista, era só ligar no telefone do médico e contratar”, sem qualquer forma de seleção oficial, relatou o deputado Maurício Picarelli, apresentando resultado de sindicância realizada na Sesau entre os anos de 2005 e 2012. Hoje, são 18 mil médicos atendendo na rede de postos de saúde em Campo Grande, 300 deles sem concurso.

A comissão ouve na tarde desta quinta-feira o secretário municipal de saúde Ivandro Fonseca. Apesar de ser de outra administração, ele foi questionado sobre a forma como as contratações ocorriam.

Segundo ele, a emergência na reposição dos quadros fazia com que o diretor de Recursos Humanos da Sesau tivesse aval para contratar assim, de maneira informal.

Diante da informação, o presidente da CPI, deputado Amarildo Cruz, anunciou que vai convocar o diretor da gestão passada, Ovidio Salvador Passareli, para explicar essas contratações.

Antes, o depoimento de Ivandro começou como uma inquisição pessoal. O deputado Marquinhos Trad (PMDB) trouxe à tona uma denúncia bem particular. Perguntou ao secretário se ele ainda está com o telefone funcional da Maternidade Cândido Mariano, onde trabalhou até dezembro.

Mesmo afastado do hospital, ele confirmou que usou o aparelho de janeiro a abril, com as contas pagas pela maternidade. “Como era nova direção, pediram para eu ficar com o celular para resolver qualquer problema”, justificou, garantindo que já pediu as contas para ele mesmo pagar.

Marquinhos também solicitou formalmente os holerites de Ivandro, que teria de receber salário fixo, sem variações, mas há denúncias de que recebe vencimentos diferenciados.

A CPI da Saúde deve ter trabalho por, pelo, menos mais dois meses, na avaliação de Amarildo Cruz. “Não vamos parar nem no recesso”, afirma.

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