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Política

MST-MS vê com esperança nomeação de Patrus Ananias ao Desenvolvimento Agrário

Daniel Machado | 30/12/2014 13:01
Além de ser um dos fundadores do PT, Patrus Ananias comandou a implantação do programa Bolsa Família (Foto: Divulgação)
Além de ser um dos fundadores do PT, Patrus Ananias comandou a implantação do programa Bolsa Família (Foto: Divulgação)

A divulgação do nome de Patrus Ananias (PT) para o MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário) nesta segunda-feira (29) foi vista como uma luz no fim do túnel pelos movimentos de luta pela terra do Mato Grosso do Sul. A nomeação ocorre praticamente um mês após a contestada ida de Kátia Abreu para o Ministério da Agricultura.

Apesar dos avanços em créditos, benfeitorias e demais questões referentes à reforma agrária, o primeiro mandato da presidenta Dilma Rousseff entrará para a história com a pior média em quantidade de assentamentos no Brasil e no Mato Grosso do Sul desde a redemocratização. A média nacional foi de 23 mil famílias por ano, enquanto no Estado nos últimos quatro anos se restringiu ao assentamento das 171 famílias nos 2,4 hectares da Fazenda Nazaré, no município de Sidrolândia, iniciado em 2013 e consolidado no último trimestre de 2014.

A divulgação de Patrus Ananias para o MDA, portanto, foi bem recebida pelos movimentos sociais por ser esta a pasta responsável pelas políticas ligadas à reforma agrária, promoção da agricultura familiar, regularização fundiária, bem como dos processos de reconhecimento, demarcação e titulação de territória de quilombolas.

Além de ser um dos fundadores do PT, Ananias comandou a implantação do programa Bolsa Família entre 2004 e 2010, quando foi ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

Para Marina Ricardo Nunes Viana, da Direção Nacional do MST e representante do MST-MS, o novo líder do MDA tem interlocução e compromisso com os movimentos sociais e trabalhistas, ao contrário da nova ministra de Agricultura. “Apesar de apoiarmos a Dilma, a nova ministra da Agricultura, Kátia Abreu, não nos representa, pois ela vem do agronegócio e do latifúndio. A nomeação do Patrus (Ananias) equilibra, pois agrega valores, diálogo, nos deixa menos apreensivos. Mas vamos continuar na luta”, diz.

Para o deputado estadual João Grandão (PT), que tem uma atuação política fortemente ligada à reforma agrária no Estado, não haveria indicação melhor para o MDA. “Tive o privilégio de conhecê-lo em Brasília, quando fui deputado federal e, como também fui delegado federal do MDA, sei bem a importância que ele terá no comando dessa pasta fundamental para os avanços da reforma agrária no Brasil e no nosso Estado”, opinou.

O parlamentar, no entanto, evitou interpretar a nomeação de Patrus Ananias como um equilíbrio de forças na questão agrária nacional. “Ideologicamente o Ananias e a Kátia Abreu são completamente diferentes, até porque ela representa o agronegócio. Mas o primeiro mandato da presidenta Dilma se destacou como um governo de coalisão, que convive com as várias correntes, e tudo leva a crer que isso deve se aprofundar neste segundo mandato”, analisou.

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