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Cidades

Apesar do terror, fuga de maníaco da cruz traz alívio ao poder público

Viviane Oliveira | 03/04/2013 18:58
Dyonathan, quando ainda cumpria medida socioeducativa na unidade, em Ponta Porã. (Foto: divulgação)
Dyonathan, quando ainda cumpria medida socioeducativa na unidade, em Ponta Porã. (Foto: divulgação)

Hoje (3) completa um mês que Dyonathan Celestrino, de 21 anos, conhecido como Maníaco da Cruz está foragido. Apesar de boatos, ligações falsas sobre o paradeiro dele e terror por parte da população em várias cidades, até de outros Estados, a Polícia segue sem pistas do jovem. A fuga resolveu o problema para o Estado, que não sabia onde internar o rapaz para tratamento psiquiátrico.

Dyonathan fugiu no dia 3 de março da Unei (Unidade Educacional de Internação) de Ponta Porã, onde estava internado desde 2008 por ter assassinado três pessoas em Rio Brilhante.

Ele estava indevidamente na unidade desde outubro de 2011, quando deveria ter sido liberado do regime de internação após ter cumprido a pena de três anos, o prazo máximo estabelecido pelo ECA (Estatuto da Criança e Adolescente).

A Justiça determinou em março do ano passado a internação compulsória do rapaz em hospital psiquiátrico, mas o Estado alegou não ter local adequado para o tratamento e, com isso, manteve Dyonathan na Unei.

O superintendente de Medidas Sócio-educativas, Hilton Vilassanti, afirma que quando o jovem for recapturado não volta mais para a unidade. “Já venceu o prazo dele lá. Dyonathan continuava no local porque o Estado aguardava uma vaga que a Secretaria de Saúde estava providenciando para ele em um hospital”, disse.

Apesar de já ter cumprido medida socioeducativa, Dyonathan é procurado porque há decisão judicial que manda o Estado interná-lo em local especializado. Quem mais teme são os parentes das vítimas do jovem, em Rio Brilhante.

De acordo com o delegado da 1ª Delegacia de Polícia Civil de Ponta Porã, Clemir Vieira Júnior, ainda não tem pista do rapaz. Segundo o delegado, quando um interno foge a Polícia investiga se algum funcionário facilitou a fuga, o que não aconteceu na Unei.

“No começo, a população ficou assustada e sempre havia denúncia do local onde estaria o jovem. Todas as informações foram checadas e não era o rapaz. Eu acredito que ele não deve mais estar aqui na região”, disse o delegado.

Crimes - Os assassinatos aconteceram em 2008. No dia 2 de julho, o Maníaco matou o pedreiro Catalino Cardenas, de 33 anos; no dia 24 de agosto, a vítima foi a frentista Letícia Neves de Oliveira, de 22 anos; e 6 de outubro, a última morte: a estudante Gleice Kelly da Silva, de 13 anos.

O Maníaco utilizava luvas cirúrgicas para cometer os crimes. Ele estrangulava as vítimas e terminava de matá-las com faca, arma com a qual ele escreveu INRI (Jesus Nazareno Rei dos Judeus) no peito do primeiro alvo.

O adolescente disse que escolhia as vítimas aleatoriamente e decidia se elas mereciam morrer após “julgá-las” como puras ou impuras, mediante questionamentos sobre valores morais, fé e sexualidade.

No quarto do adolescente foram encontrados pôsteres do Maníaco do Parque e de um diabo. Havia também revistas pornográficas, CDs, um envelope de cor azul, dentro do qual havia um papel com nome das vítimas, escrito em vermelho, três jornais com reportagens sobre os assassinatos e pertences das vítimas.

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