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Capital

Mato toma conta de obra de creche e famílias sofrem com filhos em casa

Filipe Prado | 23/09/2014 18:08
Obra do Centro de Educação Infantil está parada desde 2012 (Foto: Marcelo Calazans)
Obra do Centro de Educação Infantil está parada desde 2012 (Foto: Marcelo Calazans)

As obras do Ceinf (Centro de Educação Infanti) continuam paradas no Jardim Tijuca, enquanto famílias sofrem com a falta de vagas em creches para os filhos. A obra está parada desde dezembro de 2012 e não teve sequência após seis meses do início da gestão de Gilmar Olarte (PP).

A obra é construída no cruzamento das ruas Buarque de Macedo com a Cabo Verde. O prédio está bem adiantado, com todas as salas prontas, parte da pintura feita, faltando somente o acabamento final, até azulejos foram colocados no Ceinf. Cercado por um muro, parcialmente pichado, os moradores do bairro questionaram o abandono da obra.

Andando pelo obra, percebe-se o abandono. Canos, tijolos e outros itens utilizados na construção, foram abandonados pelo terreno, que foi tomado pelo matagal.

A dona de casa Quezia da Silva Peralta, 23 anos, é um dos moradores que sofrem com a falta de creche. Com três filhos em casa, os gêmeos com dois anos e o mais velho com quatro, ela gasta quase R$ 600 com fraldas e leite por mês, sendo que recebe o marido recebe apenas, em média, R$ 724.

“Eu quero trabalhar para ajudar meu esposo a sustentar a casa”, admitiu a dona de casa. Sem creche, ela não pode trabalhar, porque precisa cuidar dos filhos. “Seria muito útil a finalização da obra”, completou.

A única opção das mãos do Tijuca é matricular os filhos no Ceinf do Bairro Caiobá, mas, como a concorrência é grande, dificilmente elas conseguem vagas. “Lá é difícil conseguir. Já liguei na Central de Vagas e estou esperando desde o ano passado pelas vagas”, alegou Quézia.

O terreno foi tomado pelo matagal (Foto: Marcelo Calazans)
O terreno foi tomado pelo matagal (Foto: Marcelo Calazans)
Quézia gasta cerca de 82% do salário do marido com filhos, já que não pode trabalhar (Foto: Marcelo Calazans)
Quézia gasta cerca de 82% do salário do marido com filhos, já que não pode trabalhar (Foto: Marcelo Calazans)

Outras mães precisam recorrer à boa vontade das avós e madrinhas. “Minha mãe busca e depois traz a minha filha todos os dias. Quando ela não pode, a madrinha da minha filha cuida”, explicou a atendente Jheniffer Natasha da Silva, 22.

A atendente cobrou a término da obra, já que a filha iria “aprender a escrever e seria mais tranquilo”.

A dona de casa Taynara Natasha, 19, também foi privada do trabalho para poder cuidar da filha. Ela comentou que desde a administração do ex-prefeito de Campo Grande, Nelson Trad (PMDB), a obra ficou parada. “Não mexem mais. Está tudo parado”, alegou.

Ela reclamou da falta de vagas, já que há poucas no Ceinf do Caiobá, e as mães “brigam por elas”, e o do Tijuca está fechado. “Não consigo trabalhar por causa disso. Tenho que cuidar da minha filha”, confessou Taynara.

Sem esperanças do que fazer, Quézia voltou a cobrar a criação do Ceinf no bairro. “Há bastante mães que precisam das vagas aqui e esse Ceinf seria muito bom pra gente”, finalizou.

A Prefeitura informou, por meio da assessoria de imprensa, que a obra deveria ser concluída até o fim deste ano. No entanto, em decorrência do pacote de contenção de despesas, não há informações se a obra será finalizada até dezembro.

 A obra foi instalada no cruzamento das ruas Buarque de Macedo com a Cabo Verde (Foto: Marcelo Calazans)
A obra foi instalada no cruzamento das ruas Buarque de Macedo com a Cabo Verde (Foto: Marcelo Calazans)
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