“Não tem justificativa”, diz jovem que matou segurança de bar a tiros
Ao ser questionado sobre o porque de ter disparado quatro tiros, Janquiel Marques da Silva Junior respondeu que não há explicação e que, depois disso quer “tentar fazer diferente”
“Não tem justificativa”, declarou nesta quinta-feira em juízo, Janquiel Marques da Silva Junior, sobre o assassinato de Jhon Eder Cortiana Gonçalves. O segurança foi morto com dois tiros disparados por Janquiel, na madrugada do dia 11 de setembro deste ano em frente à casa noturna onde trabalhava, em Campo Grande.
Além de não explicar sobre porque disparou quatro tiros - um para o alto e três em direção ao trabalhador -, Janquiel contou que a arma de fogo utilizada no crime pertencia a Diego Ferreira de Souza e que ambos decidiram levar o revólver para o local porque sabiam que ‘inimigos’ deles estariam na boate.
Conforme Janquiel, e confirmado por Diego, a arma estava com o primeiro havia seis meses e aquela noite era a única vez que tinha saído armado. Ambos também confirmaram, assim como outras testemunhas, que toda a confusão que resultou na morte do segurança começou com o furto de duas garrafas de vodka, que teriam sido cometidos por um rapaz que não pertencia ao grupo dos réus.
Após o furto da segunda garrafa houve discussão e várias pessoas foram colocadas para fora da casa noturna, entre elas os acusados e amigos. Na confusão, Diego, um segurança e outras pessoas foram feridas. O colega de Jhon Eder por uma 'garrafada' e as demais por estilhaços.
Algumas pessoas que foram tiradas do local tentaram retornar. Elas chutavam e forçavam a porta que era segurada por Jhon Eder e o colega. Um dos que tentavam voltar para o interior era Diego, para, de acordo com ele, pegar o boné que tinha comprado naquele dia e havia caído por conta do tumulto.
Segundo relato de testemunhas e dos réus, quando todos já estavam fora da casa, o rapaz que havia furtado as garrafas danificava veículos estacionados na via pública.
Após tentarem evitar a 'invasão', os seguranças abriram a porta e Jhon saiu na frente. Na versão de Janquiel, quando isso aconteceu, ele já tinha pego a chave do carro no bolso do amigo, retirado a arma e voltava para o bar.
Na calçada, viu Jhon e ouviu dois disparos, que segundo relatos de testemunhas foram de projéteis não letais disparados por um terceiro segurança.
Janquiel relembra: "Ele [Jhon] estava descendo e eu subindo", e continua. "Dei um tiro para cima, acho que ele caiu e então dei mais três". "Não tem justificativa".
Fuga- Ele contou ainda que após ter atirado no segurança, Diego pegou a arma da mão dele e mandou que corressem de lá. Eles então seguiram a pé por várias ruas e foram presos quando estavam na avenida Afonso Pena, proximidades da rua Bandeirantes.
Janquiel declarou ainda que havia ingerido bebidas alcoólicas desde o período vespertino, assim como Diego.
Instigou? - Diego é acusado de instigar Janquiel a atirar. Este nega e fala que, apesar de estar a "três, quatro metros" do amigo, não viu os tiros, apenas ouviu.
Afirma que a arma era dele, mas, que estava com Janquiel, e que fugiram juntos do local a pé.
Motivo - Sobre a motivação do assassinato, Janquiel e Diego dizem que é porque ambos foram agredidos e colocados para fora da casa noturna sem estarem envolvido com o furto das garrafas de vodka.
Prisão- Janquiel está solto por determinação judicial, mas, pode voltar à cadeia caso seja flagrado fora de caso em horário diferente do expediente de trabalho. Diego continua preso.
Família- Janquiel declarou ser pai de um menino de três anos e ao ser questionado sobre se tinha conhecimento que a vítima deixou uma menina de seis anos falou "fiquei sabendo" e que, agora, quer "tentar fazer diferente".