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Interior

Dois envolvidos em assalto e morte de advogado ainda estão foragidos

Helio de Freitas, de Dourados | 14/11/2014 15:51
O advogado Márcio Alexandre dos Santos foi morto a tiros durante assalto no dia 25 de outubro (Foto: Reprodução/Facebook)
O advogado Márcio Alexandre dos Santos foi morto a tiros durante assalto no dia 25 de outubro (Foto: Reprodução/Facebook)

Vinte dias após o assalto que terminou na morte do advogado Márcio Alexandre dos Santos, 36 anos, na madrugada de 25 de outubro, a polícia de Dourados, a 233 km de Campo Grande, ainda procura dois suspeitos de envolvimento no crime. A caminhonete de Márcio, uma Hilux SW4, também não foi localizada.

Angelo Ramon, o “Gordinho”, que ajudou diretamente no roubo e levou a caminhonete para o Paraguai, e Aldair, conhecido como “Bruno”, dono do Gol dourado usado no assalto, estão foragidos.

A principal suspeita é que Márcio tenha sido morto pelos tiros disparados por seu amigo, o agente federal Portela, que reagiu ao assalto e feriu um dos assaltantes.

O delegado responsável pelas investigações, Adilson Stiguivitis, do SIG (Serviço de Investigações Gerais), disse hoje ao Campo Grande News que já pediu a prisão preventiva de Gordinho e Bruno, mas ainda não recebeu a decisão do Poder Judiciário. A suspeita é que eles tenham se escondido no Paraguai.

A polícia também aguarda os laudos da perícia e ainda vai ouvir alguns depoimentos para concluir o inquérito sobre a morte. Outros dois inquéritos, um sobre o latrocínio (roubo seguido de morte) e outro sobre associação criminosa, já foram concluídos.

Conforme o delegado, a reconstituição do assalto, feita na noite do dia 4 deste mês, esclareceu pontos importantes do fato. Ele deixou claro que deve indiciar o agente federal Portela por homicídio. “Ainda estou aguardando todos os laudos da perícia, mas é grande a chance dele ser indiciado, a não ser que surja uma coisa nova. Se a investigação continuar nesse rumo ele vai ser indiciado”, afirmou Adilson Stiguivitis.

Estão presos Isaque Daniel Gonçalves Baptista, 22 anos, que teve participação direta no roubo e foi atingido pelo policial com dois tiros na barriga, Emerson Antunes Machado, o “Alemão”, 21 anos, que também estava no Gol no momento do assalto, Maycon Macedo da Silva, 32, dono da casa onde Emerson foi preso e cúmplice do bando no tráfico de drogas, e Antonio Barbosa da Silva, conhecido como “Véio” ou “Neném”, apontado como chefe do bando e articulador dos crimes.

Adilson Stiguivitis informou que Myacon e Antonio foram indiciados por associação criminosa, porque participaram da tentativa de assalto a um comerciante da cidade, horas antes do roubo ao advogado. Entretanto, não tiveram participação direta no assalto ao advogado. Maycon também foi indiciado por tráfico de drogas, já que em sua casa foram encontradas porções de cocaína e crack.

Em depoimentos à polícia, Isaque contou que no mesmo dia do assalto ao advogado o grupo chegou a tentar roubar a caminhonete de um empresário da cidade, mas desistiu devido à presença de seguranças armados na casa noturna que funciona afastada do centro.

Antes de saírem atrás de outra vítima, deixaram Maycon e Antonio Barbosa na casa do primeiro. Isaque afirma, no entanto, que os dois estavam cientes que os demais iam continuar procurando o veículo para roubar. Isaque, Gordinho, Bruno e Alemão seguiram a caminhonete até Márcio Alexandre parar na rua Albino Torraca, próximo à rua Ciro Melo.

O advogado e o policial federal desceram para urinar. Nesse momento o Gol passou pela caminhonete, parou na frente e desceram Isaque e Gordinho. Com o revólver calibre 22 em punho, Isaque foi até o carona e ordenou que se rendesse. Gordinho foi direto até o advogado e após dominá-lo assumiu a direção da caminhonete.

O policial reagiu, acertou Isaque duas vezes na barriga. Ferido, ele disse que não teve tempo de puxar o gatilho, mas afirma ter visto o carona atirando várias vezes na direção de Gordinho, que já tinha assumido a direção.

Segundo ele, seu comparsa usava roupas semelhantes às vestidas pelo advogado, que foi atingido por tiros nas costas, braços e na nuca. Até o dia seguinte, quando foi preso no hospital, Isaque diz que pensava que o homem caído no chão era Gordinho, que estaria usando roupa semelhante à do advogado.

Além do roubo ao advogado, o grupo é acusado de fazer parte de uma quadrilha de traficantes. Isaque informou à polícia que Gordinho e Alemão moram em Ponta Porã e costumeiramente trazem droga para Dourados. A droga era vendida na casa de Maycon, onde funcionava uma “boca”.

Três envolvidos no crime que estão presos (da esquerda para a direita): Maycon, Isaque e Alemão (Foto: Osvaldo Duarte/Dourados News)
Três envolvidos no crime que estão presos (da esquerda para a direita): Maycon, Isaque e Alemão (Foto: Osvaldo Duarte/Dourados News)
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