Falta de documentos impede conclusão de inquérito sobre incêndio que matou 6
Prevista para hoje (2), a conclusão do inquérito do incêndio criminoso que matou seis pessoas em uma conveniência, em Coronel Sapucaia, a 400 quilômetros de Campo Grande, ainda não foi possível, segundo o delegado responsável pela investigação, Leandro Costa de Lacerda Azevedo. O motivo, de acordo com o delegado, é a burocracia que impede que ele tenha acesso a documentos necessários ao fechamento do inquérito. O prazo vence em 30 dias, mas o delegado pretende encerrar a investigação antes desse tempo.
O mecânico Edson da Silva, 34 anos, confessou ter provocado o incêndio no dia dois de maio, no município que fica a 400 quilômetros de Campo Grande. Ele usou gasolina da própria moto para por fogo na casa, depois de golpear a esposa, os filhos, o enteado, a sogra e cunhado. Edson foi preso no dia 10, na casa de uma irmã em Naviraí.
Familiares disseram à Polícia que havia aproximadamente R$ 50 mil na casa, mas como a investigação nao encontrou pistas desse dinheiro, o delegado disse que pretende encerrar o inquérito, indiciando Edson com base na reconstituição do crime. "Já temos a confissão e as provas necessárias, mas faltam documentos que estou esperando para concluir o inquérito e apresentar ao Ministério Público", afirmou.
Morreram a proprietária do estabelecimento, Rosângela dos Santos, 53 anos, e os dois filhos dela, Alessandro dos Santos, 18 anos, e Vanusa dos Santos, 27 anos, que era esposa de Edson. Também morreram os filhos de Vanusa: Tiago, 10 anos, Sabrina, 5 anos, e Estephanie, 9 meses. Os dois menores eram filhos do mecânico.
Segundo o delegado, Edson será indiciado por seis homicídios qualificados com uso de fogo, o que, considerando a pena máxima, prevê 180 anos de cadeia, 30 anos por vítima.
O crime - Na recontituição, Edson contou que brigou com a esposa por motivo de ciúmes e deu uma paulada na cabeça dela, na madrugada do dia dois.
A sogra, Rosângela e o cunhado Alejandro, acordaram com a confusão e foram até o quarto do casal ver o que havia acontecido. Nesse momento, eles também foram golpeados. Edson disse que o cunhado foi agredido por duas vezes, uma no braço e outra na cabeça. Os três desmaiaram.
Depois disso, ele arrastou a sogra e o cunhado para um dos quartos, foi até o cômodo onde estavam as crianças e golpeou primeiro o menino de 10 anos e depois os outros dois filhos deles.
Ele então colocou a mulher e as crianças no banheiro e ficou perambulando pela casa, quando ouviu a criança mais velha dizer “tio não me mate”. Ele voltou no banheiro e deu mais uma paulada na cabeça das duas crianças mais velhas.