ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  25    CAMPO GRANDE 26º

Interior

Polícia pede mais prazo para investigar incêndio com 6 mortes

Caroline Maldonado | 02/06/2014 16:01
Ameaçado de morte, o único sobrevivente da família mudou de cidade (Foto: Marizete Espíndola)
Ameaçado de morte, o único sobrevivente da família mudou de cidade (Foto: Marizete Espíndola)

Passado um mês do incêndio que matou seis pessoas em Coronel Sapucaia, município a 400 quilômetros de Campo Grande, o delegado responsável pelo caso, Leandro Costa de Lacerda Azevedo, pediu prorrogação do prazo para concluir o inquérito, que venceria hoje. Segundo ele,  a Polícia deve apresentar uma conclusão daqui 30 dias.

O delegado informou que está aguardando os laudos da perícia e necroscópico para prosseguir com a investigação. De acordo, com ele os laudos são fundamentais para descobrir o motivo das mortes e a causa do incêndio, acontecido no dia 2 de maio, no qual morreram Rosângela dos Santos, 50 anos, o filho Alejandro dos Santos, 22 anos, a filha Vanussa dos Santos, 26 anos e os filhos dela Sabrina, 4 anos e Stefani, de 10 meses e Thiago, 10 anos.

Os familiares das vítimas aguardam o parecer da Polícia para saber eu o incêndio foi criminoso ou se pode ter havido um curto circuito ou algo parecido. A instalação elétrica da casa era muito antiga, de acordo, com o mecânico Edson da Silva, agora viúvo de Vanussa. Na conveniência, a sogra dele tinha freezers e câmara de fria, o que poderia ter sobrecarregado a instalação já precária.

Linhas de investigação - Outra suspeita é de que o cunhado Alejandro tenha provocado o incêndio pois, segundo Edson, o cunhado publicou frases em um site, no dia anterior à tragédia, em tom de ameaça à família. “Eu vi no celular dele a frase 'Vocês me odeiam, eu só lamento'”, afirma. O mecânico contou ainda que o rapaz já tentou se matar, cortando os pulsos, pois tinha um relacionamento difícil com a mãe, Rosângela. Segundo Edson, Alejandro era homossexual e por não aceitar essa condição, a mãe o tratava mal.

Por ser o único sobrevivente da família, Edson está na mira de pessoas da vizinhança que o acusam de ter provocado o incêndio. Há quinze dias ele se mudou para Naviraí, cidade distante 184 quilômetros de Naviraí, com medo das ameaças de morte. Agora, o mecânico está morando com a irmã Dilene da Silva.

Ela conta que ele ainda está muito abalado com a perda da família e não consegue voltar a trabalhar enquanto o inquérito não é concluído. “As pessoas ficaram inconformadas, todos revoltados e querem culpar alguém, mas meu irmão jamais faria isso. Ele se lembra disso todos os dias e chora muito”, afirma Dilene.

Edson contou que informou a Polícia sobre sua mudança de cidade e quer justiça, caso a investigação aponte um culpado. A outra irmã de Edson, que mora em Coronel Sapucaia, disse que o delegado esteve na casa dela para saber notícias do irmão, na última terça-feira (27). De acordo com o delegado, não há evidência contra o mecânico.

Nos siga no Google Notícias