ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MAIO, SÁBADO  04    CAMPO GRANDE 24º

Interior

Polícia suspeita que professor criou MSN falso para obter vídeo de enteada

Aline dos Santos | 26/03/2011 12:20
Acusado de pedofilia, profesor foi preso. (Foto: Osvaldo Duarte)
Acusado de pedofilia, profesor foi preso. (Foto: Osvaldo Duarte)

Com cerca de 60 páginas, o inquérito policial sobre o professor André Luiz de Oliveira, de 36 anos, acusado de pedofilia, aponta que ele criou MSN (sistema de bate papo na internet) falso para obter imagens de sua enteada, de 12 anos. Ela não é filha biológica, mas foi registrada pelo professor.

Em depoimento no último dia 15 de março, prestado à delegada Franciele Candotti Santana, o professor confirmou ser dono do pen drive com fotos e vídeos de crianças e adolescentes em poses pornográficas. O motivo, de acordo com ele, seria “pura curiosidade”. Contudo, aponta que não acha normal que um homem adulto tenha imagens de crianças nuas. André Luiz relata que baixou as imagens das internet.

Sobre o fato de ter imagens da enteada, ele afirma que o vídeo lhe foi enviado via messenger por um contato identificado como Pipoca. Na versão dele, o Pipoca é um amigo de um adolescente de 15 anos, primo de sua enteada. O profesor já flagrou ela e o primo beijando.

Ainda no depoimento, André Luiz admite abuso de álcool e informa que já fez tratamento para se livrar da dependência alcoólica. Ele trabalhava em três escolas , das 7h às 22h.

Também ouvida no dia 15, a enteada de 12 anos conta que adicionou Pipoca no MSN após receber um convite. Ele se identificou como sendo um homem de 27 anos, morador do Rio de Janeiro. Mas, segundo a adolescente, demonstrava saber de detalhes de sua vida. Como o fato de ter “ficado” com o primo de 15 anos.

Ele ameaçava contar para a mãe da garota. Para não ser “delatada”, ela tinha que se exibir na webcam. As imagens destas exibições estão no pen drive apreendido.

No depoimento, a adolescente afirma que desconfiava que Pipoca era amigo do primo, pois, em seu círculo de amizades há um garoto de 15 anos com esse apelido. Ela nunca viu fotos do amigo virtual.

Sobre o relacionamento com o padrasto, ela disse que ele chegava bêbado em casa e ofendia a ela e sua mãe. Ela relata um único episódio de comportamento anormal. Ela, a mãe e o irmão de dois anos estavam na cama, quando o professor chegou e a tocou de forma abusiva. A adolescente conta que saiu do local imediatamente.

Pipoca – O adolescente de apelido Pipoca também foi ouvido pela polícia. Ele disse que atualmente utiliza seu nome no messenger e que há mais de um mês não fala com a colega pela internet. Segundo ele, as conversas quando ocorriam não tinham inclinação sexual.

Um dos contatos foi feito via Orkut, quando garota mandou recado perguntando qual era o email do adolescente.

Também ouvido pela polícia, o primo da garota contou que André Luiz ficou enfurecido ao flagrar o beijo, inclusive, com ameaça de morte. O adolescente relata que teve ocorrências anormais no MSN. Ele adicionou dois contatos com nomes de mulheres, um deles de mesmo nome da prima.

As conversas tinham sempre conteúdo sexual “pesado”. Os contatos que nunca ficavam online ao mesmo tempo, tinham fotos de crianças nuas e demonstravam ter conhecimento sobre a vida do adolescente. Um dos contatos apontava que ele tinha ficado com a prima.

Risco – A prisão preventiva de André Luiz de Oliveira foi solicitada no dia 21 de março. De acordo com a polícia, ele se ausentou da cidade, viajando para Ribeirão Preto, e não se apresentou na data marcada.

Ele também foi acusado de ameaçar a esposa, que fez a denúncia à polícia. Preocupados, pais de alunos levaram fotos dos filhos para que a delegada verifique se eles aparecem nos vídeos. Num dos vídeos, uma menina aparentando dez anos aparece se despindo. Ela usava uniforme de escola pública.

A justiça decretou a prisão por temer que o acusado ameaçe as vítimas. Os computadores foram apreendidos e passam por perícia em Campo Grande. O Campo Grande News tentou entrar em contato com o advogado de defesa do professor.

Nos siga no Google Notícias