ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  26    CAMPO GRANDE 33º

Cidades

Santa Casa poderá usar protocolo de hospital paulista para transplantar rim

Cirurgias continuam suspensas, deixando 395 pessoas na fila de espera para ter um novo órgão

Carlos Martins e Luciana Brazil | 30/01/2013 11:24
Kanamura: "Hoje cada médico faz de um jeito diferente" (Foto: Luciano Muta)
Kanamura: "Hoje cada médico faz de um jeito diferente" (Foto: Luciano Muta)

O diretor técnico da Santa Casa de Campo Grande, Luís Alberto Kanamura, disse hoje que a suspensão dos transplantes de rim foi feita para que seja implantado apenas um protocolo a ser seguido pelas equipes médicas. O diretor salientou que o protocolo utilizado pelo Hospital do Rim e Hipertensão de São Paulo, referência no País, foi a opção mais valorizada em uma reunião com os médicos. Por enquanto os transplantes continuam suspensos, sem data para recomeçar. Enquanto isso aguardam na fila 395 pessoas de acordo com a Central de Transplantes.

“Os problemas já foram detectados. Hoje cada médico, cada equipe, faz de um jeito diferente. Isso coloca em risco a vida do paciente. Por isso nos reunimos com os médicos para estabelecer o melhor protocolo”, disse o diretor em entrevista coletiva à imprensa.

Kanamura disse, ainda, que o hospital não pode garantir a logística, quando cada médico faz o procedimento de forma diferente. “Isso torna a cirurgia vulnerável. Com a medida, o hospital tem como garantir a agilidade necessária”, observou o diretor técnico, que assumiu o cargo em março do ano passado.

Os transplantes começaram a diminuir a partir de 2005, ano da intervenção da Santa Casa, até cessarem em 2011. Uma das justificativas para a suspensão era que o hospital não tinha UTI adequada, mas o diretor rebate essa informação, sustentando que, ao assumir em março do ano passado, as UTIs se encontravam em perfeitas condições.

Com a retomada dos transplantes, em 2012 foram realizados 38 transplantes de rins pela Santa Casa. Este ano, foi realizado um transplante. No dia 25, o diretor técnico decidiu pela suspensão. A Santa Casa é o único hospital de Mato Grosso do Sul que realiza os transplantes.

A definição de um protocolo padrão era uma cobrança feita pela Associação dos Doentes Renais Crônicos e Transplantes de Mato Grosso do Sul (Recromassul). Segundo o presidente da entidade, o não isolamento dos pacientes após a cirurgia é a principal falha. “Ele precisa ficar em área isolada, uma enfermaria isolada, e isso não estava acontecendo”, disse o presidente da Recromassul.

A Santa Casa continua realizando transplantes de córneas, ossos e de pele. Também está habilitada para fazer transplante de coração, mas por enquanto, este tipo de cirurgia está descartada. “Ainda nem sonho com esse protocolo”, disse Kanamura.

Para o transplante de córneas, considerado menos complexo do que o de rim, não existe fila. A cirurgia pode ser feita até seis horas após a morte do doador. Já o transplante de rim é uma cirurgia mais complicada, principalmente nas primeiras 24 horas, consideradas as mais críticas. Após a retirada do rim do doador, o tempo máximo para a cirurgia é de 30 horas.

 

Nos siga no Google Notícias