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Economia

Com mercado imobiliário em baixa, casas de luxo ficam anos encalhadas

Renata Volpe Haddad | 31/01/2016 11:36
Localizada na rua Euclides da Cunha esquina com rua Paraíba, casa está a venda há dois anos e custa R$ 3,7 milhões. (Foto: Alan Nantes)
Localizada na rua Euclides da Cunha esquina com rua Paraíba, casa está a venda há dois anos e custa R$ 3,7 milhões. (Foto: Alan Nantes)

O mercado imobiliário já não é mais o mesmo. Com a super valorização dos imóveis há alguns anos e a baixa no setor no ano passado, casas de alto valor estão "encalhadas". Especialistas afirmam que proprietários desses imóveis dificilmente negociam o preço, que pode passar dos R$ 3 milhões na venda.

Este é o caso de um imóvel localizado na rua Euclides da Cunha, uma das ruas mais caras de Campo Grande. O proprietário pede R$ 3,7 milhões na venda da casa, mas a placa não sai de lá há dois anos.

O corretor do setor de locação da imobiliária Humberto Canale Jr, Osmar Soares, diz que quem não baixa os preços, não consegue vender. "Tem muita gente procurando preço, que liga para saber quanto custa o imóvel, mas as vendas estão fracas. Temos uma casa de alto padrão por R$ 3,7 milhões, com boa localização, na rua Euclides da Cunha que está há dois anos para ser vendida, com muitos interessados, mas não vendemos ainda", comenta.

Para o corretor da Colmeia Imóveis, Cenobelino Serra, quem tem dinheiro na mão quer negociar muito e as vendas encalham. "Se o imóvel vale mais de R$ 1 milhão, o comprador quem pagar menos e o proprietário que muitas vezes já diminuiu o preço do imóvel, fica resistente e acaba não vendendo", avalia.

De acordo com Serra, tem casa que vale R$ 2,2 milhões na Chácara Cachoeira que o proprietário vende por R$ 1,6 milhão e que está há mais de dois anos a venda. "Neste caso, o dono do imóvel já baixou três vezes o preço e ainda não vendeu e a casa realmente vale mais de R$ 2 milhões", conta.

Procura por imóveis de alto padrão está aquecida no início deste ano. (Foto: Marcos Ermínio)
Procura por imóveis de alto padrão está aquecida no início deste ano. (Foto: Marcos Ermínio)

Vendas boas - Conforme o presidente do Secovi (Sindicato da Habitação), Marcos Augusto Neto, o mercado imobiliário de terceiros, que são os usados, não está aquecido, mas as vendas tem sido boas. "Os proprietários vendem uma casa para comprar outra mais cara e vão negociando, isso faz com que as vendas estejam relativamente boas", afirma.

O corretor de imóveis Marcius Rodrigo Ulbrecht, comenta que mesmo com a diminuição dos preços dos imóveis em 2015 devido a instabilidade econômica do país, as vendas de casas e apartamentos de alto padrão continuaram aquecidas. "Quem procura este tipo de imóvel, tem dinheiro para comprar e as vendas estão boas, principalmente para casas em condomínios, pois muita gente negocia", alega.

Ulbrecht explica que há três anos, as pessoas estavam comprando para investimento e agora o mercado não está mais assim. "É uma boa hora para quem quer comprar e um momento ruim para quem vai vender, pois as pessoas não sabem como será o mercado imobiliário daqui para frente", avalia.

Sobre negociação, o corretor explica que imóvel usado tem maior margem para se trabalhar. "Conseguimos ajustar o preço do imóvel quando ele é usado, já com imóveis novos, fica mais difícil porque com casas alto padrão, o custo operacional fica no limite e não tem como diminuir a margem de lucro do construtor", informa.

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