Mudança de casa na última hora dobra serviço e garante 13º de autônomos
Em dezembro, aumenta a demanda de quem trabalha com os serviços que envolvem mudança de casa. As vésperas do Natal, a demanda dobrou para quem monta móveis e faz frete em Campo Grande, mas o que garante o 13° dos autônomos são os clientes que deixam a arrumação para a última hora. No feriado, quem deixa a família para atender um cliente cobra adicional de até 40%.
Os universitários, que vão começar a estudar na cidade no ano quem vem ou estão indo embora, são os que mais fazem os prestadores de serviço deixarem as comemorações com a família para incrementar a renda, segundo o montador de móveis Izaque Argueiro, que atua no ramo há 16 anos.
“Os estudantes são maioria, mas também há pessoas que compram móveis em lojas grandes e não querem esperar a montagem, porque querem estar com tudo pronto para festa e já estão recebendo parentes em casa”, conta.
Izaque gerencia uma equipe de sete montadores, dos quais quatro já avisaram que estarão disponíveis para atender cliente a qualquer hora, seja dia 25 de dezembro ou 1º de janeiro. “Eles atendem no feriado, mas aí cobram entre 30% e 40% a mais. Com essa demanda dá para fazer o 13º salário”, explica.
Na região do Coophatrabalho, o montador Andrws Vinícius Gonçalves, divide o trabalho com um colega. Ele pretende prestar serviço até hoje (23) à noite e folgar no Natal. “Quero atender o máximo de clientes até quarta-feira e folgar no Natal, mas aí no sábado a gente já volta ao trabalho”, diz. A dupla recebe proposta do outro lado da cidade e chega a sair da casa do cliente depois das 23h para garantir a renda extra.
O montador Wilson Rocha, que mora nas Moreninhas, diz que o que aumenta o lucro de quem presta esse tipo de serviço são os que deixam a mudança para última hora. Tem gente que manda a foto do móvel pelo WhatsApp e ali já recebe o orçamento.
“A maioria do pessoal tem urgência. Tem gente que liga no domingo desesperado e aí agente vai em qualquer região. O que ajuda muito nessa época também é que o pessoal recebe o 13º salário. A gente está super contente, porque os meses anteriores não foram muito bons”, conta Wilson. Ele tem amigos que até desistiram do serviço ao longo desse ano e foram trabalhar em empresas.
O trabalho dobrou nas últimas semanas também para quem faz frete. Depois de ficar desempregado, Éder Carvalho de Melo investiu no serviço e nos últimos dias tem trabalhado até as 22h para dar conta da demanda. “Muita gente entra em contato pelo WhatsApp e já combina com urgência. Para mim está sendo ótimo, porque passei um bom tempo sem emprego. Agora vai dar para tirar até um 13º com o aumento de clientes”, comenta.