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Esportes

O campeão brasileiro Jean, símbolo dos atletas de MS que dão certo lá fora

Gabriel Neris | 30/12/2012 09:27
O campeão brasileiro Jean, símbolo dos atletas de MS que dão certo lá fora
Com a camisa 15, Jean comemora gol com Fred e Neymar (Foto: Juan Mabromata/AFP)
Com a camisa 15, Jean comemora gol com Fred e Neymar (Foto: Juan Mabromata/AFP)

No combalido esporte sul-mato-grossense, para muitos tratado como amador, a melhor notícia de 2012 veio de fora do Estado. De quem teve que arriscar para conquistar seus objetivos. Um exemplo de superação.

Jean Raphael Vanderlei Moreira, de 26 anos, ou simplesmente, Jean. Natural de Campo Grande. Termina a temporada de forma com muitos motivos para celebrar. Campeão Brasileiro pelo Fluminense, o segundo da carreira, faturou o prêmio de melhor volante do país concedido pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e convocado para vestir a camisa da seleção brasileira.

“Confesso que fiquei surpreso, é fruto de trabalho a longo prazo. Estou colhendo esses frutos depois de muita luta e muita dificuldade”, diz Jean, que não perde as origens e faz questão de passar as férias ao lado da família, em Campo Grande.

Foi apenas um jogo pela seleção Canarinho. O suficiente para mostrar sua personalidade dentro de campo. Ainda sob o comando do técnico Mano Menezes, o jogador entrou aos 23 minutos do segundo tempo de um Brasil x Argentina, em Buenos Aires. O placar era 0 a 0. Com a sua presença em campo, deixou de ser.

Cometeu o pênalti, discutível, que colocou os argentinos na frente. Chutou a gol a bola que Fred aproveitou o rebote para empatar a partida. Viu o time Argentino ficar a frente do placar novamente com Scocco. O resultado levou a partida para as cobranças de pênaltis. Com personalidade, Jean bateu e fez o gol que levaria o Brasil a conquistar o Super Clássico das Américas.

“Foi um sonho realizado, não esperava (ser convocado) esse ano. Deus resolveu me dar este presente. Fiquei muito feliz, ainda mais jogando em La Bombonera. Pela seleção não tinha jogado, nem tinha sido convocado, e jogar diante do maior adversário do Brasil e ganhar é muito emocionante”, comentou.

Durante as entrevistas Jean cita o pai, Moisés Moreira da Cunha, de 51 anos, conhecido como “Jarrão”. Lembra que foi o maior incentivador para a construção da carreira no futebol. “A influência é muito grande, ele que me levava para treinar, eu ficava cansado, tinha treino e escola”, conta o jogador.

Na infância, Jean seguiu o caminho do pai para torcer pelo Flamengo. Hoje, a maré mudou de lado, e a família é toda Tricolor. A Gávea foi só um dos locais que o jogador passou por peneiradas. Também esteve no Cruzeiro, jogou pelo time de futsal do Colégio ABC, e pelo Operário, até chegar ao São Paulo.

Conhecido nacionalmente, não se esquece de Campo Grande. “O futebol aqui é um pouco mais difícil né, a cada ano vai ficando melhor, mas ainda não está bom”, diz.

Brasil – O ano também foi esplendoroso para dois jogadores de Campo Grande. Se no futebol masculino a dificuldade em chegar num clube de vitrine é grande, imagine para as mulheres. Bruna Benites, cuiabana de natureza e campo-grandense de coração, se tornou um exemplo de persistência.

Aos 26 anos, Bruna teve a maior oportunidade da carreira. Vestir a camisa da seleção brasileira nos Jogos Olímpicos de Londres. Voltou para casa sem medalha, mas com a certeza que outras oportunidades virão. No futsal, a chance apareceu para Marcênio Ribeiro da Silva, de 25 anos. Convocado para partidas amistosas da seleção, o campo-grandense aparece como um sinal de renovação na seleção que faturou o Campeonato Mundial na Tailândia, no mês de novembro.

O trio se torna exemplo para os mais jovens e esperança para que os clubes de Mato Grosso do Sul invistam e colham outros ‘Jeans’, ‘Brunas’ e ‘Marcênios’...

Futebol sul-mato-grossense, aliás, que passa por um início de reformulação. Patrocínio de multinacional, transmissões ao vivo da televisão, no grau que estamos qualquer ajuda será bem vinda. Tudo para deixar a sólida vaga na 4ª divisão do Brasileirão e evitar novas humilhações na Copa do Brasil, como o famoso 10 a 0 de Neymar e Robinho contra o Naviraiense, e o patético 6 a 1 do Vasco sobre o Comercial.

Rafael Silva, ou "Baby", faturou a medalha de bronze nas Olimpíadas de Londres na categoria peso pesado (Foto: AFP)
Rafael Silva, ou "Baby", faturou a medalha de bronze nas Olimpíadas de Londres na categoria peso pesado (Foto: AFP)

Reformulação essa que também conta a criação de um novo clube. O Novoperário, tramado para abrigar os famigerados torcedores do quase extinto Operário Futebol Clube, chega à primeira divisão do Estadual. Dinheiro não faltará, torcida também. Em dois anos disputará sua primeira Copa do Brasil. Alguém duvida?

Eficiência – O caminho traçado para as Olimpíadas não é fácil. O esporte se torna profissão e o atleta precisa de dinheiro. Para o patrocinador, se não houver retorno financeiro não há dinheiro.

Talita Antunes, ao lado de Maria Elisa, parou nas oitavas de final das Olimpíadas de Londres. No ciclismo, Magno Prado sentiu o gostinho de disputar pela primeira vez a competição internacional. Não conseguiu medalha, assim como o nadador Leonardo de Deus, também estreante. Estreia que não parece ter pesado, literalmente, para Rafael Silva, de 25 anos. O judoca peso pesado (acima de 100 kg), estranhamente apelidado de “Baby”, abocanhou a medalha de bronze, em Londres.

Nas Paralimpíadas de Londres, Michele Aparecida Ferreira, 27, faturou a medalha de bronze na categoria até 52 kg. No futebol de 7 PC (Paralisia Cerebral), Marcos Santos Ferreira, 34, Fernandes Celso Alves Vieira, 33, e Ronaldo Almeida de Souza, 22, integraram a equipe que alcançou a quarta colocação, em Londres.

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