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Comportamento

Estopim para ataque contra gays, pichação também é condenada na UFMS

Jéssica Benitez | 28/05/2013 20:08
Para o estudante a pichação não é a melhor forma de protesto (Foto: Marcos Ermínio)
Para o estudante a pichação não é a melhor forma de protesto (Foto: Marcos Ermínio)

As opiniões divergem quando o assunto é a postura adotada pelo professor universitário, Kleber Kruger, que fez ataques contra gays no Facebook. Mas no que diz respeito ao estopim para a revolta radical do docente,  as pichações, a posição é unanime: "desnecessárias". “Aqui ninguém é preconceituoso, mas existem tantas outras formas de protestar como trazer faixas ou organizar passeatas, palestras, por exemplo, essa depredação não leva a nada”, opinou o estudante do 6° semestre de Engenharia Elétrica, Rodrigo Calunga, 24 anos.

A caloura do rapaz, Jerusa Borges, 19 anos, no 5° semestre do mesmo curso, compartilha o posicionamento do colega. Para a jovem, mesmo que a mensagem externada através da pichação seja boa, não é suficiente para justificar o modo como ela foi posta aos alunos.

Um grupo de universitários reafirma parte do que foi dito pelo professor,  joga a responsabilidade em cursos de Humanas, os tais "coloridos" ditos na mensagem do professor nas redes sociais. Mas ninguém quer se identificar por motivos óbvios. “O pessoal de Exatas não faz essas coisas, isso tem característica de ser coisa de humanas mesmo, eles se envolvem mais nestas causas”, disse um deles fazendo referência aos alunos que fazem parte dos cursos de ciências humanas.

Expressão condenada – No último domingo Kleber utilizou sua página na rede social Facebook para opinar acerca das pichações no bloco de cursos de Ciências Exatas na UFMS. Sem medir direito o que escreveu, o professor usou palavras de baixo calão e expressões preconceituosas para acusar determinados alunos de depredarem o campus.

“Hoje cheguei na Federal e encontrei algumas paredes dos cursos de computação e engenharia pichadas com frases como: ‘O amor homo é lindo!’, ‘Homosexualismo é lindo!’, ‘Fora machismo!’... aaah! se fuderem seus *viados fila da puta!”, postou. Kleber continua, pedindo o fim de alguns cursos que considera “coloridos”.

“Aí, nas paredes daqueles cursos formadores de bichonas tá tudo limpo! Depois eu falo que tinha que pegar aqueles cursos de gente colorida e fechar tudo! E saio rotulado como preconceituoso, porque tá na moda defender homossexualismo.”

O caso ganhou repercussão nacional resultando a exclusão do Facebook de Kleber, bem como o pedido de demissão por parte do professor. Ele era contratado como substituto no campus da UFMS em Ponta Porã.

E, mesmo o desfecho da história resultando na saída dele, alguns alunos não “perdoaram” Kleber. “Faz um tempão que as paredes estão pichadas e só agora ele foi reclamar? Não precisava ter feito isso porque a atitude dele não iria refletir no pensamento dos alunos, ele poderia ter dito de outra forma”, avaliou a universitária do 1° semestre de Engenharia Ambiental, Isadora Estrela, 16 anos.

A colega de sala da jovem, Nathiele Rossine, 18 anos, considera a postura do professor inaceitável. “Ele deveria ter guardado a opinião dele para si mesmo. Nem com outras palavras, nem em outras expressões ficaria legal essa mensagem”, opinou.

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